*Matéria atualizada para às 9h13 para retificação de informação.
A próxima quinta feira (6) será marcada pelo julgamento no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), 5ª Câmara, da apelação dos envolvidos na operação Bala da Noite, desencadeada pela Narcóticos, da Polícia Civil de Guarapuava, há dois anos. Dos 21 envolvidos, 19 foram condenados em março de 2017. São engenheiros, dentistas e empresários do município.
Em dezembro de 2016, quando a operação foi divulgada e os envolvidos presos, foram apreendidos carros de luxo, celulares e drogas sintéticas.
Agora, a defesa pede a redução das penas, algumas para progressão do regime fechado para o semiaberto, podendo os envolvidos serem liberados com o uso de tornozeleira eletrônica. Recurso da sentença, nulidade das ligações telefônicas interceptadas, cerceamento da defesa, ilegalidade em mandados de busca e apreensão, desclassificação do delito e absolvição em alguns fatos estão entre as alegações da defesa.
Inicialmente a audiência estava marcada para a quinta (29), porém, o desembargador Marcos Vinicius de Lacerda Costa, relator, não compareceu, resultando no adiamento para o dia 6 deste mês, às 13h35.
A defesa do empresário William Brescovit, condenado a 14,9 anos de prisão, por exemplo, pede a fixação do regime semiaberto com a substituição da pena restritiva e a revogação da prisão cautelar, desclassificando a pena de tráfico para usuário. Assim sendo, William poderá sair com tornozeleira eletrônica.
Já, nas alegações da defesa do empresário Cláudio Cantelli Júnior, apontado como uma das “cabeças” da organização, condenado a 26 anos de prisão, alega que “Cantelinho” é dependente químico confesso, apontando a ausência do delatar nas oitivas em juízo. Os advogados pedem a nulidade das interceptações telefônicas e da quebra do sigilo no WhatsApp, com a intenção de desclassificar o crime para o artigo penal 33, parágrafo 3º , que trata do oferecimento de droga sem objetivo de lucro e somente à pessoa do seu relacionamento para consumirem juntos. Pedem, também, a restituição dos veículos apreendidos, sob o argumento de que não são produtos de crime.
Também apelam Jean Carlos Galarça (7 anos de prisão), Gabriel Sobutka (3,4 anos), Eduardo Neimann Panka (3,7 anos), Murillo Carneiro Guimarães (6,6 anos), Cleverson Antonio Domingues (4,1 ano); Daniel Marcondes Machado (5,5 anos); Rodolpho Scherner Neto (21 anos); José Aires Alencar Neto (13,9 anos); Thiago Petroski (4 anos); Erian Ribas Kramer (12 anos); Emanoel de Mattos (13 anos); Sidenir Oliveira da Silva; Amanda Padilha.
RELEMBRE O CASO
A Operação Bala da Noite levou para a prisão, principalmente, jovens de classe média alta de Guarapuava, acusados por tráfico de drogas sintéticas. Festas eram promovidas para facilitar a venda dos produtos.
De acordo com o inquérito elaborado pela Polícia Civil de Guarapuava, 100 fatos foram narrados, dos quais, 95 aceitos pela Justiça. A denúncia foi feita pelo Ministério Público.
As investigações da Polícia Civil mostram que o tráfico, principalmente, de ecstasy, era distribuído por duas frentes. Os jovens Cláudio Cantelli Júnior e Rodolpho Scherner Neto foram considerados pela polícia como os principais traficantes na rede, cada um liderando um grupo, que abastecia outras pessoas vendendo no “atacado” e repassando para outros com entrega no “varejo”.
As investigações começaram em março de 2016, com a coleta de mensagens trocadas por aplicativos, envolvendo cerca de 40 usuários. Além de drogas, a polícia apreendeu mais de 300 munições calibres 12, 32 e 45, este último de uso restrito do Exército e Polícia Federal, além de uma metralhadora dinamarquesa Madsen. Na época, também foram apreendidos cerca de 350 comprimidos de ecstasy, mais de 1kg de cocaína, uma pequena quantidade de maconha, uma balança de precisão, celulares e automóveis.
A sentença, expedida pela 1ª Vara Criminal de Guarapuava, pela juíza substituta Liliane Graciele Breitwisser, previu o encaminhamento de acusados para a penitenciária, semiaberto e troca de pena por cumprimento de trabalho voluntário. Somadas, as penas ultrapassam 100 anos de cadeia.
Três foram transferidos para a Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) por terem cursos superior completo, e uma das duas jovens envolvidas está em prisão domiciliar. Amanda Padilha Antonischen também possui curso superior.
Os demais envolvidos são Jean Carlos Galarça, Erian Ribas Kramer, Jimmy Geezer Bueno, Emanoel de Mattos, Lilian de Souza, Francisco Cezinando Celestino, Guilherme Aires de Alencar, José Aires de Alencar Neto, Sidenir Oliveira da Silva, Willian Augusto Brescovit, Thiago Petroski, Jorge Henrique de Oliveira Polegath e Willian José Pielak.
PENAS
- Claudio Cantelli Junior – 26 anos;
- Rodolpho Scherner Neto – 21 anos;
- Thiago Petroski – 4 anos;
- Amanda Padilha Antonischen – 4 anos;
- Erian Ribas Kramer – 12 anos;
- Jean Carlos Galarça – 7 anos;
- Jorge Jorge Henrique Polegath – 2 anos e 5 meses;
- Emanoel de Mattos – 13 anos;
- Lilian de Souza – 1 ano e 8 meses;
- Willian Augusto Brescovit – 14 anos e 9 meses;
- Guilherme Aires Alencar Filho – 19 anos;
- José Aires Alencar Neto – 13 anos e 9 meses;
- Robert Czekay Pires – 04 anos, 3 meses e 20 dias;
- Jean Felipe Ksiaskiewcz – 01 ano, 09 meses e 25 dias;
- Daniel Marcondes Machado – 05 anos, 05 meses e 15 dias;
- Gabriel Sobutka – 03 anos e 04 meses;
- Eduardo Neimann Panka – 03 anos, 07 meses e 20 dias;
- Cleverson Antonio Domingues – 04 anos, 01 mês e 05 dias;