Da Redação
Guarapuava – Os trabalhadores dos Correios, agência e Central de Distribuição, em Guarapuava, aderiram à greve da categoria. O movimento paredista começou às 22h de quarta (26) e será por tempo indeterminado, caso não haja avanço nas negociações. De acordo com o carteiro Carlos dos Santos, às 17h desta sexta (28) haverá assembleia para decidir os rumos do movimento. Os funcionários das agências franqueadas, que são terceirizados, não participam da greve.
Embora a greve nacional seja contra a privatização, demissões e retiradas de direitos, além do fechamento de mais de 200 agências no país, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), em Guarapuava a paralisação desta quinta (27) também se volta contra os desmandos em relação ao plano de saúde da categoria, o Postal Saúde. “Antes o nosso plano era gratuito. Hoje temos com co-participação, e embora a taxa seja cobrada mensalmente, a empresa terceirizada deixa de pagar os hospitais que nos atendem”, reclama Claudinei Rocha. Segundo ele, o Hospital São Vicente já não atende mais o convênio e a partir desta sexta (28), o Instituto Virmond também finaliza o atendimento. “Também não há médicos especialistas”, diz Rogério Assunção. “E agora ainda querem cobrar a taxa e mais a co-participação”, diz Divonei Rocha.
Entretanto, a revisão no plano de saúde é um dos principais pontos defendidos pelos Correios para reestruturar o orçamento da estatal que amarga prejuízos de R$ 400 milhões no primeiro trimestre, após ter tido prejuízo anual de cerca de R$ 2 bilhões em 2015 e em 2016.
Pelo modelo, a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários com 7%. "Quando passamos no concurso ganhamos direitos e que agora querem nos tirar”, comenta Carlos dos Santos.
Entre a agência e a distribuição, na Rua XV de Novembro, Centro de Guarapuava, nas proximidades do chafariz, são 65 funcionários, do qual a maioria está em greve. Na agência perto da rua Saldanha Marinho apenas dois funcionários estão em greve.
“Bem menos de 20% estão trabalhando, mas não darão conta da demanda”, diz Claudinei.
Para se ter uma ideia, em Guarapuava são entregues diariamente cerca de 15 mil correspondências, mais 1,3 mil caixas de encomendas, e cerca de três mil correspondências registradas. Para cumprir as tarefas são utilizados sete carros que percorrem uma média diária de 40km cada um, 14 motocicletas com o percursos diário de cerca de 40km cada e 20 bicicletas com aproximadamente 15km cada.
Em relação a outras agências, a de Guarapuava possui um efetivo razoável, segundo os carteiros. Mas ainda falta pessoal para cobrir férias, licenças médicas”, diz Claudinei. “Estamos sem concurso público desde 2011”, informa Carlos.
Considerando a atual situação financeira dos Correios, a contratação é um tema indigesto, já que a estatal planeja também fechar cerca de 200 agências em 2017. Outras medidas para reduzir custos e a reestruturação da folha de pagamentos também estão previstas.