Tuberculose ainda mata em Guarapuava e região

Cristina Esteche

A tuberculose ainda mata na região de Guarapuava. De acordo com a 5ª Regional de Saúde, Seção de Vigilância Epidemiológica, entre 2012 e 24 de setembro de 2014, foram registrados 153 e sete mortes causadas pela doença. Somente neste ano já são 41 casos registrados e um óbito. Do total dos três anos, 13 pacientes não concluíram o tratamento e retornaram à 5ª Regional e outros 30 estão sendo tratados. “Muitos trocam de cidade, mas o município por meio da atenção primária faz o tratamento. Quando o paciente não busca, o agente vai até a casa e acompanha o ingestão do remédio até a cura”, explica Marlise  Pizzatto Quadros, chefe da seção de epidemiologia  da 5ª Regional de Saúde. Segundo Marlise, Guarapuava possui também um alto índice de tuberculose bovina. “O animal não contagia o ser humano; é o contrário. Se há grande número de animais infectados com a doença onde estão as pessoas que contagiaram o animal?”questiona.

O que se percebe nos dados da Epidemeologia, é que os números de casos notificados oscilam. Em 2012 foram 54 casos, contra 59 em 2013 e 41 até 24 de setembro deste ano.

Para chamar a atenção de médicos, enfermeiros e agentes da saúde que atuam em Guarapuava e em outros 20 municípios sob a jurisdição da 5ª Regional, está sendo realizada a Oficina de Manejo Clínico de Tuberculose, no Spa Med Vale, nesta quarta (24). Cerca de 80 representantes da região estão participando.

De acordo com Marlise Pizatto Quadros, o evento visa capacitar os profissionais de saúde que trabalham nos consorcio e hospitais, assim como aqueles que atuam nas Vigilâncias Epidemiológicas e atendimentos a pacientes suspeitos e sintomáticos de tuberculose. 

Na oficina que tem palestras dos médicos colaboradores Jorge Massaro, Luis Fernando da Rocha, Eliezer Scheidt, Mariana Fernandes e da enfermeira Marlene Boreck, estão disponibilizados os meios de melhorar o atendimento. “Os profissionais devem estar atualizados para estes novos conhecimentos, pois contribuem e muito na busca ativa aos pacientes. Pretende-se que, com a oficina os profissionais envolvidos comecem a tratar o paciente em sua totalidade, não somente o problema aparente. Muitas vezes pela falta de um cuidado mais amplo, onde seja vista a questão social, cultural, fisiológica e psicológica,” diz Marlise. Segundo ela, a automedicação é prejudicial ao paciente. “Na maioria das vezes, a pessoa está com tosse, vai ao médico e lhe é receitado um xarope. Ou então, faz um chá em casa e a doença se agrava. Esses inibidores da tosse prejudicam o diagnóstico”, observa.

Uma vez a doença sendo detectada, as pessoas que convivem com  o paciente devem ser examinadas. Segundo Marlise, a  transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa, portanto, a aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão. “A pessoa com tuberculose expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. A má alimentação, falta de higiene,  tabagismo, alcoolismo,  ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da  doença.

Sintomas

Tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue
cansaço excessivo
febre baixa geralmente à tarde
sudorese noturna
falta de apetite
palidez
emagrecimento acentuado
rouquidão
fraqueza
prostração.

Casos de gravidade

dificuldade na respiração
eliminação de grande quantidade de sangue
colapso do pulmão
acumulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) – se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.