O dirigente separatista ucraniano Oleksandr Borodai, principal líder da autoproclamada República Popular de Donetsk disse hoje (23), que os rebeldes cumprirão um cessar-fogo temporário e abrirão negociações para pôr fim a mais de dois meses de violentos combates com o Exército no Leste da Ucrânia. A promessa é uma resposta ao cessar-fogo decretado por Kiev, até o próximo dia 27.
O presidente pró-ocidental ucraniano, Petro Poroshenko decretou na sexta-feira (20) um cessar-fogo unilateral de uma semana, num esforço para pôr fim a uma ofensiva pró-russa que matou nas últimas 10 semanas mais de 375 pessoas e ameaçou desmembrar a culturalmente dividida ex-república soviética.
Simultaneamente, Poroshenko apresentou um plano de paz que inclui um apelo para conversações com os separatistas que não estiveram envolvidos em assassinato e tortura – uma condição imediatamente condenada pelo Kremlin.
Os principais líderes dos rebeldes separatistas rejeitaram os termos da proposta de processo de paz do chefe de Estado ucraniano e a violência prosseguiu ao longo da semana nas regiões fronteiriças com a Rússia que proclamaram em maio a sua independência de Kiev.
Mas o Presidente russo, Vladimir Putin, pressionado pelo Ocidente, saiu em apoio da iniciativa de Poroshenko durante o fim de semana, e também instou os rebeldes a baixarem as armas.
Borodai não se referiu a Putin diretamente nas suas declarações, mas disse que estava agora pronto para se reunir com Poroshenko pela primeira vez.