22/08/2023
Educação Guarapuava

Unicentro desenvolve biocombustível a partir da semente de seringueira

O projeto do curso de Química do campus Cedeteg desenvolveu o produto a partir da extração do óleo da semente da árvore

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A inovação vai contribuir para reduzir o impacto ambiental com o máximo aproveitamento da matéria-prima (Foto: Seti)

A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) em Guarapuava desenvolveu um biocombustível a partir da extração do óleo da semente de seringueira. A inovação vai contribuir para reduzir o impacto ambiental com o máximo aproveitamento da matéria-prima.

Conforme a Agência Estadual de Notícias (AEN), o projeto de pesquisa é do curso de graduação em Química. A graduação vinculada ao Setor de Exatas e Tecnologia, fica localizado no campus Centro de Desenvolvimento Educacional e Tecnológico (Cedeteg). A ideia do estudo partiu de uma demanda apresentada pela empresa Kaiser Agro, que atua no ramo de florestas produtivas e em projetos de conservação de solo e de preservação de florestas nativas.

A proposta era destinar, de forma adequada, os resíduos gerados em uma floresta de produção de látex, cuja decomposição das sementes torna o solo ácido e prejudica o crescimento de outras vegetações.

MENOS POLUENTE

O biocombustível é uma alternativa para os combustíveis de origem fóssil, e geralmente é produzido com insumos da alimentação humana, como soja, milho, amendoim, gorduras animais, entre outros. A pesquisa da Unicentro utiliza um tipo de semente que não é próprio para o consumo e que seria descartado na atividade produtiva da heveicultura (cultivo de seringueiras).

O coordenador do projeto, professor André Lazarin Gallina, destaca o potencial das fontes renováveis no processo de modernização da matriz energética. Além disso, ele reforça que o produto segue uma tendência global de substituição de métodos mais poluentes.

Durante a pandemia, por exemplo, houve uma mudança na oferta e demanda da soja. Esse produto foi mais requisitado no setor alimentício do que no de combustíveis e impactou de forma negativa os percentuais de biocombustível incorporados ao diesel. Com essa pesquisa, contribuímos para deixar mais segura a nossa matriz energética, a partir da recuperação desses percentuais, gerando menos dependência do combustível fóssil.

RESULTADOS

A pesquisa apontou que o biodiesel da semente de seringueira atende aos parâmetros de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo o órgão do governo federal, o biocombustível está apto para ser comercializado quando apresenta aspecto visual em tom de amarelo claro e sem impurezas. Além disso, o produto apresenta um nível de acidez e corrosividade específico, entre outros fatores.

O projeto conta com pesquisadores da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), no campus de Realeza.

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Antunes

Jornalista

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