22/08/2023
Economia

Unicentro recebe Carta Patente para primeira invenção da universidade

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Da esquerda para direita: uma placa de metal pintada com fosfato tradicional ao lado de uma pintada com o novo produto desenvolvido na universidade a base de Nióbio. Ambas foram expostas a um processo para aceleração de oxidação. A segunda, que recebeu a Carta Patente, não apresentou danos. 

A Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) recebeu uma Carta Patente da primeira invenção na história da instituição. O tramite de avaliação, que demorou oito anos, foi feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Intitulado “Processo para fosfatização de superfícies metálicas, por meio de imersão ou pulverização da superfície do metal com solução ácida fosfatizante contendo nióbio”, a invenção, que envolve quatro professores da Unicentro e um da Universidade de São Paulo (USP), é um produto que será utilizado na pintura de superfícies metálicas, com menos agravantes ao meio ambiente e preço mais barato. Além desta, existem pelo menos 30 patentes da instituição que estão em processo de avaliação.

De acordo com Paulo Rogério, diretor da Agência de Inovação da Unicentro e um dos pesquisadores envolvidos na criação do produto, a ideia surgiu após serem analisadas diversas reclamações de empresas que trabalhavam com pintura de superfícies metálicas, que com o tempo, corroía com facilidade e liberava uma substância agressiva à pele. “Pensando nisso, nós desenvolvemos uma solução para pintura à base de Nióbio, que é encontrado em abundância no Brasil, e eliminamos a substância do fosfato que causava o problema que as empresas reclamavam”.

Antes do período de oito anos de avaliação, o projeto, desenvolvido nos laboratórios Agência de Inovação Tecnológica (Novatec), passou por quatro anos de aperfeiçoamento de pesquisa. “Esse é um marco para a instituição porque pode apresentar futuramente grandes lucros para nós, por ter saído dos laboratórios da Unicentro e por poder oficialmente ser comercializado e industrializado a partir de agora”, explica Paulo. Depois da liberação da Carta Patente, o produto pode ser explorado por 20 anos e depois disso passará a ser de domínio público.

Cristina Esteche

Jornalista

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