22/08/2023
Educação Paraná

Universidades do Paraná recebem pesquisadoras refugiadas da Ucrânia

Zhanna Virna se tornou a primeira cientista ucraniana a chegar no PR. A escolha se deve ao grande número de imigrantes ucranianos no Estado

Zhanna Virna se tornou a primeira cientista ucraniana a chegar no Paraná (Foto: Reprodução/PUCPR)

No Paraná, as universidades tem acolhido pesquisadoras refugiadas da guerra da Ucrânia com bolsa de até dois anos. No momento, já há quatro pesquisadoras atuando no Estado. e o programa prevê acolher até 50. A iniciativa é da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná (FA). As quatro pesquisadoras estão atuando na UEL, PUCPR, UTFPR e ITFPR.

Zhanna Virna, doutora na área da educação, é a primeira pesquisadora a chegar no Brasil para trabalhar na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC PR). A PUC é uma das primeiras a receber cientistas da Ucrânia, desde a invasão russa ao país, que deu início à guerra.

Logo depois do conflito armado, Zhanna se mudou para a Polônia, antes de se inscrever no programa. Atualmente, a educadora trabalha no Campus de Curitiba. Nascida em Lutsk, no Noroeste da Ucrânia, ela veio para o Brasil acompanhada da irmã, engenheira e jornalista, Inna Virna.

Conforme a pesquisadora, o Brasil é maravilhoso por causa do clima e da vegetação. Contudo, ela diz ter muita saudade da família e que pretende retornar ao país natal.

O PROGRAMA

De acordo com o gerente do programa, o objetivo é internacionalizar a pesquisa em diversas áreas do conhecimento. “Se depois quiserem permanecer no Paraná, a gente vai atuar da melhor maneira possível de acolhimento, por meio de algum concurso ou coisa assim”.

Conforme a Fundação Araucária (FA), a criação ocorreu por causa da característica sociocultural do Paraná. “Nesse sentido, essa ação de acolhimento tem uma relação de respeito à história da construção do estado do Paraná, considerando a forte presença imigratória ucraniana”.

Da mesma forma, a fundação pretende criar um programa permanente para cientistas refugiados de qualquer nacionalidade. Desse modo, promovendo a integração de pesquisa e internacionalização. De acordo com o gerente do projeto, se eles permanecerem no estado, serão muito bem-vindos. Se retornarem, a academia vai conseguir criar laços de internacionalização muito interessantes.

A ciência não tem nacionalidade. Quanto mais conseguirmos integração de outros países e cientistas, melhor para a ciência em todos os sentidos.

BOLSAS

A Fundação Araucária já recebeu 20 manifestações de interesse que estão em processo de análise, para definir a qual universidade o cientista será encaminhado. Os interessados enviam um resumo da pesquisa que desenvolve para análise da fundação.

Além disso, o programa prevê duas categorias de bolsa, incluindo passagens de ida e volta. Pesquisadores seniors, com mais de cinco anos de experiência, recebem bolsa por até dois anos, no valor de R$ 10 mil mensais. De acordo com a FA, os pesquisadores iniciantes recebem bolsa de R$ 5,5 mil por mês. Isso porque cada cientista tem direito de trazer até seis dependentes.

Por fim, dentro do auxílio permanente, a fundação criou um auxílio de R$ 1 mil mensais para cada dependente. “Isso faz com que eles tenham condições mínimas de estar aqui e desenvolver as atividades na universidade”.

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