22/08/2023
Cotidiano

Usina de Manoel Ribas é destaque na COP-15, em Copenhagen

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Enquanto muitos países recorrem às fontes de geração de energia com alto impacto ambiental, como a queima de carvão vegetal ou de petróleo, o Brasil tem um potencial hídrico que possibilita a geração de uma grande quantidade de energia elétrica, utilizando fontes limpas e com pouco impacto ambiental.

Durante a 15ª Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas), que tratou especificamente das mudanças climáticas, o Brasil apresentou uma publicação aos participantes do encontro, mostrando exemplos de produção de energia, reduzindo a emissão de carbono na atmosfera e com soluções que o país vem encontrando para diminuir ao máximo o impacto ambiental, para geração e ampliação do potencial energético.

Uma das soluções apresentadas na 15ª Conferência foi a Usina Salto Cristalino, em Manoel Ribas, que utiliza a tecnologia a fio d’água, para a geração de energia elétrica. Segundo o sócio-proprietário, Antonio Marcos Iastrenski, as usinas de geração de energia necessitam represar uma grande quantidade de água.

Com isso, acabam alagando áreas de matas ciliares e mangues, causando impacto ao ecossistema local. Com essa tecnologia, a água é canalizada para a turbina, aproveitando o relevo natural. Assim, não precisa fazer o alagamento.

Ele explicou que a tecnologia se adapta bem às pequenas unidades geradoras. No caso da Usina Salto Cristalino, a geração é de 4 megawatts, que representa o consumo da cidade de Pitanga, por exemplo.

Como não houve impacto ambiental para a geração da energia, ele lembrou que, em algum lugar do mundo, se deixou de provocá-lo. “A nossa usina foi projetada e modelada para não ter impacto ambiental, por isso, foi usada como modelo para o mundo”, defendeu Antônio Marcos.

Pouco divulgada, no Brasil, esse tipo de pequena usina de geração de energia é muito utilizada em países como, por exemplo, Áustria e Alemanha.

No entanto, ele alertou que a região tem um potencial enorme para esse tipo de empreendimento. Porém, o Brasil esbarra na questão da Legislação Ambiental, já que não existe uma lei específica para esse caso e o investimento é alto.

Antônio Marcos comentou que outra fonte de renda é a venda de créditos de carbono para os países da Europa e Estados Unidos. Segundo ele, existe um acordo mundial para a redução das emissões de dióxido de carbono na atmosfera.

No mundo, há empresas que não têm como reduzir a emissão e, por isso, acabam pagando para que outras empresas e instituições possam produzir energia ou plantar árvores para reduzir a emissão.

“Recebemos valores de empresas para geramos energia não poluente. Na prática, existe um fator. Cada MHW gerado é multiplicado por um fator e se obtém as toneladas de carbono que deixaram de ser emitidas pelo ar”.

Iastreski destacou o orgulho de ver a pequena usina estampada numa revista, que foi divulgada aos países, em Copenhagen. “Acho que foi o reconhecimento por um trabalho ardo de anos, juntamente com os nossos sócios, em que modelamos um projeto com impacto ambiental inexististe ou impacto ambiental positivo”, destacou o sócio-proprietário.

A reportagem publicada na Revista Brazil – A Brand of Excellence – diz o seguinte sobre a usina:

“Em 2005, depois de investir 2,72 milhões de euros, um grupo de empresários do Paraná inaugurou a empresa Cristalino, na cidade de Manoel Ribas.

Com potência nominal de 4 MW, a estação está localizada no Rio Barra Preta e usa o que é conhecido como tecnologia a fio d’água, em que a água é captada através de uma tomada d’água, mas não há necessidade de grande reservatório.

O único impacto do projeto é, portanto, positivo, no sentido de reduzir a necessidade de geração termelétrica. Walter Camargo, gerente-executivo da companhia, disse que a estação de energia tem vida útil projetada de 25 anos, possibilitará uma redução de emissões equivalentes a 44,2 mil toneladas de CO2.

A empresa já recebeu a certificação internacional como um projeto de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) e terá que demonstrar que, em sete anos, a atividade irá resultar em uma redução do equivalente a 22,6 mil toneladas de CO2.

Em troca, receberá créditos de carbono que podem ser vendidos no mercado internacional. “Nós esperamos por um resultado financeiro de 145 mil euros durante este período do projeto, que irá ajudar significativamente o fluxo de caixa da empresa e ajudar a reduzir o custo operacional”, disse Camargo.

Paraná Centro

Foto: Os sócios Camilo e Antônio Marcos, mostram a edição com a matéria sobre a usina Salto Cristalino

Cristina Esteche

Jornalista

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