Uso de bebida alcoólica por adolescentes é preocupante

Pinhão – Nas últimas semanas, dois homicídios ocorridos no município de Pinhão estavam ligados à embriaguês. A informação é do delegado da Policia Civil, Luiz Alberto Vicente de Castro. “Tivemos recentemente alguns homicídios que estavam ligados a pessoas embriagadas em bares e danceterias. É preciso uma atenção especial, principalmente, com os adolescentes”, observou. Para o delegado, o alcoolismo é um fator preocupante.
O delegado informou ainda, que em agosto desse ano a Lei Estadual 16.212 passou a vigorar que todos os estabelecimentos comerciais, que venderem bebidas alcoólicas ou cigarros ou qualquer produto que cause dependência química a crianças e adolescentes, serão advertidos e poderão pagar multa de cinco mil reais e ter cassada a licença estadual, além do procedimento criminal.
Edilson José da Rosa (foto), presidente do Conselho Tutelar de Pinhão, concorda com o delegado. “É preocupante a situação de adolescentes que cada vez mais cedo começam a ingerir bebidas alcoólicas, muitas vezes, por influência dos amigos ou até mesmo dos pais”, analisou.
Ele explicou, que o papel do Conselho Tutelar é fiscalizar locais impróprios para crianças e adolescentes, como bares e danceterias, mas que a responsabilidade é de toda a comunidade. “O artigo 4º do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) define que é dever da família e da sociedade em geral assegurar os diretos das crianças e dos adolescentes. É cômodo jogar a responsabilidade para o Conselho ou para a polícia, mas a população também tem a sua parte de responsabilidade”, ressaltou.
Edilson informou que no mês de julho, em parceria com a Polícia Militar, foram realizadas abordagens em diversos locais da cidade. “Em uma noite encontramos 14 menores nesses locais impróprios para eles. Quando isso acontece o proprietário do estabelecimento é autuado, sendo feita uma representação junto ao Ministério Público, e os pais são advertidos com um termo de responsabilidade”, explicou.
No caso de venda de bebidas alcoólicas, Edilson disse, que um dos maiores problemas é identificar o fornecedor. “A venda de bebida alcoólica para menores é crime, e esse é um grave problema, não só em Pinhão, mas em muitos lugares”. Observa, que muitas vezes o comerciante não se sente responsável pelo seu ato. “O que interessa ao comerciante é ter lucro, independente do consumidor, em outros casos, um “amigo” já de maior compra a bebida para dividir com o grupo, onde geralmente há menores. Muitas vezes, nos deparamos com adolescentes embriagados, mas é difícil identificar o fornecedor da bebida”, comenta.
Para ele, quem fornece bebida alcoólica para menores é tão criminoso quanto os traficantes de drogas. “O mal que o álcool causa no adolescente, principalmente a dependência, é tão forte quanto qualquer outra droga. Eu diria que a bebida alcoólica é a porta de entrada para drogas mais fortes”, salientou Edilson.
O conselheiro afirma, que a melhor medida são os pais manterem a responsabilidade sobre os seus filhos. “Os pais são responsáveis pelos filhos até a maior idade, é importante saber aonde seu filho vai, com quem, e o que faz. E se perceber que o filho anda bebendo procurar ajuda logo no início, não esperar que a coisa piore”, alerta.
Os pais podem procurar ajuda no Alcoólicos Anônimos (AA), na Igreja Matriz Divino Espírito Santo, ou no Projeto Conviver da Secretaria Municipal de Assistência Social, que desenvolve atividades sociais com dependentes químicos. (Fatos do Iguaçu )