A nova etapa de vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), que começou em setembro deste ano em todo o Brasil, está aquém do esperado no Paraná. Apenas 35 mil meninas de 11 a 13 anos, público-alvo da campanha, tomaram a segunda dose da vacina. Isso representa 13% das 257,5 mil garotas nessa faixa etária que vivem no estado, segundo estimativas da Secretária Estadual de Saúde. O órgão esperava atingir pelo menos 40% em outubro.
O Ministério da Saúde incluirá uma nova vacina no calendário nacional de vacinação no final deste ano. É a dTpa (tríplice bacteriano acelular), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Hoje, a grávida só se imuniza contra as duas primeiras doenças. De acordo com o órgão, a proteção à coqueluche foi incluída para proteger a criança, que só tem amparo contra a enfermidade depois dos seis meses de idade.
A coqueluche é perigosa para os menores. Em 2012, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), 74 bebês com menos de um ano morreram por causa dela. Cerca de 40% desses recém-nascidos foram infectados pela própria mãe.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 50 milhões de casos de coqueluche por ano no mundo dos quais 300 mil levam à morte. Entre as crianças menores de cinco anos, é a quinta maior causa de mortes por doenças imunopreveníveis.
“O objetivo da vacinação na gestante é diminuir a transmissão da mãe para recém-nascido via anticorpos. E isso tem mais efetividade no início da gravidez”, relata Mauro Scharf, diretor médico e endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart. A vacina deve ser tomada a partir da 27ª semana de gestação.
O impacto dessa etapa é menor, de acordo com João Luís Gallego Crivellaro, coordenador do Programa de Imunização da Secretária Estadual de Saúde, porque as escolas não estão participando da campanha. “Na distribuição da primeira dose, em março, a rede de ensino esteve presente. Dessa vez optamos apenas pelos postos de saúde porque era momento político e não queríamos misturar vacinação com isso”, relata. No Paraná, a vacina está disponível em todas as 2,2 mil unidades de saúde.