22/08/2023
Economia Guarapuava

Vendas de materiais de construção tem queda de até 40%

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Da Redação

Guarapuava – Se as vendas de material de construção cresceram 5% em junho na comparação com maio, segundo pesquisa divulgada nesta segunda feira (04) pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), o cenário de Guarapuava não reflete esse crescimento.

De acordo com o empresário Abrão Nasser, as vendas se mantém estáveis nesse período de dificuldade econômica. “Estamos nos mantendo, mas com cerca de 18% de redução do que costumamos vender”. Segundo Nasser, as pessoas estão comprando materiais para pequenas reformas e não há compras para novos empreendimentos. “Sem linha de financiamentos, não dá”.

Outra queda de percentual é vivenciado por outra empresa do ramo. “Estamos com as vendas estabilizadas, mas com 15% a menos do que costumávamos vender antes da crise”, disse Angela Chinkovicz.

Na loja onde Everson Antunes trabalha, a queda no movimento é ainda maior. “Chegamos entre 35% e 40% de queda nas vendas”.

Para Gilberto Antonio Alexius, proprietário de outra revenda de material de construção, as vendas estão caindo e não existe expectativa de uma solução a curto prazo. " A Caixa [Econômica Federal] não libera dinheiro; as pessoas estão sem crédito e não vejo uma solução aparente que seja a curto prazo". Segundo ele, a empresa computa cerca de 30% a menos nas vendas mensais nos últimos meses.

VAREJO TEM QUEDA

De acordo com a Anamaco, embora haja crescimento de 5% nas vendas de junho em relação a maio deste ano, o setor do varejo de construção registra queda de 8,5% no acumulado do primeiro semestre deste ano. Nos últimos 12 meses, o comércio de materiais de construção apresenta retração de 10%.

O presidente da Anamaco, Cláudio Conz, atribui os problemas às dificuldades econômicas enfrentadas pelo país e às restrições ao crédito. “Nós já sabíamos que o primeiro semestre seria difícil para o setor, especialmente por conta do cenário econômico do país, que está afetando não só a liberação de crédito nos principais financiamentos voltados ao nosso segmento, como também a confiança do consumidor, que passou a adiar pequenas reformas e obras”, afirmou Conz.

Apesar da situação desfavorável, a Anamaco estima crescimento de 3,5% neste ano. “Tradicionalmente, o segundo semestre corresponde a 60% do volume de vendas. Fora isso, não podemos ignorar o fato de que há uma demanda natural pelos nossos produtos”.

Cristina Esteche

Jornalista

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