A Câmara de Vereadores de Guarapuava tem sido cenário de falas impregnadas de violência contra vereadoras. É impressionante como alguns legisladores se revestem de palavras grosseiras murros na mesa, tom de voz alto para demonstrar uma força frágil, sem argumentos.
Digo isso, sem receio. Na sessão dessa segunda (18), por exemplo, a vereadora Professora Terezinha (PT) usou a tribuna para um desabafo. E muito mais do que isso, pra dizer que a violência política de gênero existe e é lei (lei 14.192, de 4 de agosto de 2021). Isso porque, conforme ela disse a este blog, na sessão de terça (12), durante o debate sobre uma proposição de repúdio ao Governo Federal, e que tinha como centro a vacina contra a covid-19, o desrespeito pautou a discussão. A proposição surgiu em razão da Nota Técnica Conjunta 118/2023 emitida pelo Ministério da Saúde.
Contrários à vacina da covid-19, assinaram a nota de repúdio, os vereadores Celso Costa (CD), Cezinha Malusa (Podemos), Cristóvão da Cruz (Democracia Cristã). Junto com Nego Silvio (Podemos), Prof° Saulo (Republicanos), Rodrigo Crema (União Brasil) e Wilson Anciuti (União Brasil). A Professora Terezinha e a também vereadora Cris defenderam a incorporação da vacina ao Programa Nacional de Imunização (PNI), como preconiza o MS. Ocorre que durante uma das falas, alterado, o vereador Cristóvão, segundo a Professora Terezinha, bateu na mesa, ergueu o tom de voz e se referiu à ela e à vereadora Cris, como a “aquela e “outra”.
A lei considera violência política contra as mulheres toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos delas.
DESRESPEITO AO REGIMENTO
Conforme a vereadora, esse tratamento desrespeita o Regime Interno. Mas o pior de tudo é que ao ser chamada a atenção do vereador pelo presidente Pedro Moraes, Cristóvão disse que pediria desculpas a ele, e não à professora Terezinha. E para piorar a situação, nessa segunda (18), conforme disse a professora, o vereador abordou um dos assessores dela no corredor para se desculpar. “Novamente pediu desculpas à um homem”.
Esse descaso e a falta de reconhecimento de um vereador para com mulheres da bancada feminina é um ato de violência política de gênero, sim. Emocionada, entre lágrimas, a Professora Terezinha usou a tribuna na sessão dessa segunda (18). Ela disse que atitudes machistas como a do vereador desestimulam as mulheres a entrar na política. O blog procurou o vereador, porém, sem retorno. *Confira o desabafo no vídeo abaixo.
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