22/08/2023
Política

Violência: Denúncia é o início do enfrentamento, diz pesqusiadora

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Centenas de mulheres e homens participaram de uma caminhada pela Rua XV de Novembro na  manhã desta quinta-feira (25) pedindo o fim da violência contra a mulher. A mobilização em Guarapuava foi conclamada por entidades, movimentos sociais e populares, como o Movimento Municipal de Mulheres, presidido pela professora Lourdes Leal (que estava ausente); pelo Sindicato dos Funcionários Públicos e Professores Municipais (SISPPMUG), OAB/Guarapuava, vereadoras Eva Schran (PHS) e Maria José Mandu Ribas (PSDB); funcionários da Secretaria Municipal de Saúde;CUT, Uniãi Guarapuavana das Associações de Moradores (UGAM); entre outras.

De acordo com a OAB/Guarapuava, uma pesquisa realizada em 2008 na Delegacia da Mulher em Guarapuava, consultando  1.183 Boletins de Ocorrência e Inquéritos Policiais, levantou o perfil da violência contra o gênero um ano antes e um ano depois da promulgação da Lei Federal nº. 11.340, a Lei Maria da Penha. Segundo a OAB, as conclusões apontaram que a violência acontece contra mulheres casadas, solteiras, amasiadas com baixa escolaridade, com idade entre 21 e 40 anos. Entre as vítimas, 84,69% eram brancas e 72,8% das agressões ocorreram nas residências, entre 18 horas e meia noite, principalmente por discussões.
Uma das autoras do estudo, Liliana Maria Labronici, doutora em Enfermagem, ressalta a importância da denúncia. “É o início do enfrentamento, de um processo no qual a mulher pode tentar superar este evento traumático com ajuda de diferentes profissionais que constituem os serviços de atendimento as mulheres em situação de violência, e se adaptar a uma nova situação“, disse.
Liliana está em Paris, onde participa de um estágio Pós doutoral na Université Paris VII-Denis Diderot, para aprofundar o conceito "Resiliência" e desenvolver a pesquisa com mulheres em situação de violência que estão sendo atendidas no Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência Doméstica de Curitiba e região metropolitana.
Mesmo à distância, ela apóia o evento. “É uma estratégia que possibilita sensibilizar e mobilizar a população feminina, masculina e a sociedade sobre a importância de prevenir, enfrentar esse fenômeno histórico, social e também um problema de saúde pública em nosso país, e incitar mudanças no cenário atual, no sentido de valorizar e respeitar a mulher em suas múltiplasdimensões”, concluiu. 
O Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher foi instituído pela Organização das Nações Unidas, ONU, em 1999, em homenagem às irmãs Mirabal, que se rebelaram e foram assassinadas por ordem do ditador Trujillo que tiranizou a República Dominicana por mais de 30 anos.

Cristina Esteche

Jornalista

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