22/08/2023
Cotidiano Guarapuava Saúde

Visita humanizada ajuda na recuperação de pacientes em UTI’s

O paciente Rafael foi o primeiro a participar dessa proposta no Hospital São Vicente de Paulo em Guarapuava

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A visita humanizada ocorre com pacientes que podem sair do leito da UTI por algum tempo (Foto: Ascom/Hospital São Vicente de Paulo)

É inevitável, a maioria dos seres humanos precisa de carinho e contato físico para seguir em frente e levar a vida de uma forma mais leve. Quando isso não é possível, tendemos a ficar mais tristes, introspectivos e acabamos nos isolando cada vez mais. Por isso, tornou-se frequente nos tratamentos de pacientes um atendimento mais humanizado, voltado para a recuperação não só do corpo, mas também da mente.

Esse tipo de atenção se torna ainda mais necessária quando se fala sobre pessoas que estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesses casos, por estarem mais vulneráveis fisicamente, elas se tornam também, mais frágeis emocionalmente. Esse é o caso de Rafael da Costa Santana de 33 anos que sofreu um acidente no início de março e precisou ficar na UTI.

De acordo com a esposa de Rafael, Sandra Colli Santana de 30 anos, ele estava em um rio quando deu um salto e acabou batendo a cabeça em uma pedra. O ato gerou uma lesão na coluna vertebral na região do pescoço. Por conta da lesão, ele passou por uma cirurgia de risco e, em seguida, ficou na UTI. Conforme Sandra, Rafael teve períodos críticos nos dias em que o caso se agravou.

E, com isso, ele ficou deprimido, com muita saudade dos filhos e de toda a família. Então, por esses motivos, era necessária uma abordagem diferente para que ele pudesse passar pelo tratamento de uma forma mais agradável.

VISITA HUMANIZADA

Rafael recebeu a visita de familiares e amigos (Foto: Ascom/Hospital São Vicente de Paulo)

No hospital é comum que o paciente fique mais dependente, carente e, consequentemente, mais abalado e vulnerável. Dessa forma, a humanização se torna algo essencial e de fundamental importância. No caso de Rafael, conforme a esposa, a equipe do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo teve a ideia de organizar uma visita fora da UTI.

Eu estou podendo ficar com o Rafael, acompanhando ele nesses longos dias. Isso tem deixado ele mais animando e estamos notando uma evolução no quadro clínico graças a essa humanização. Só temos a agradecer toda a equipe por tudo o que tem feito por nós.

Uma visita humanizada ocorre com a participação em conjunto do médico, enfermeiro, psicólogo e em algumas vezes, do fisioterapeuta. Assim, a equipe do Hospital São Vicente propôs uma visita diferente ao paciente Rafael Santana. Em um ambiente fora da UTI, ele recebeu a visita da esposa, dos dois filhos, dos pais e alguns amigos.

Esse tipo de visita é feita com pacientes que podem sair do leito da UTI por algum tempo e o paciente Rafael foi o primeiro a participar dessa proposta. Além disso, com autorização da médica, o paciente pôde tomar um pouco de suco de uva bem gelado, um pedido dele. Participaram da ação, a médica Camila Araujo Delle Donne, a psicóloga Luana Lustoza, o enfermeiro Andre Santos da Silva, as técnicas de enfermagem Carla e Luciana e a médica residente Mayara.

Uma visita humanizada ocorre com a participação em conjunto do médico, enfermeiro, psicólogo e, em algumas vezes, do fisioterapeuta (Foto: Ascom/Hospital São Vicente de Paulo)

ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

Durante o atendimento os profissionais desempenham diferentes funções para que tudo saia como o planejado. O profissional da área de psicologia deve preparar o paciente e a família emocionalmente, observando pontos benéficos e possíveis fatores de risco.

De acordo com a psicóloga Luana Lustoza, que participou da vista, ela deve acompanhar todo o processo como um suporte emocional ao paciente e aos visitantes. Para ela, “o processo de recuperação física encontra-se intimamente ligado aos fatores emocionais, que devem ser sempre levados em conta em todos os pacientes”.

Já o enfermeiro Andre Santos da Silva precisou pensar na segurança do paciente, monitorando e mantendo o suporte de oxigênio necessário. Conforme ele, a ideia da visita surgiu ao perceberem que Rafael, como paciente jovem, ficou muito fragilizado com o estado clínico e físico em que se encontrava. Por isso, falou que tinha vontade rever os filhos que, devido a idade, não podem visitá-lo na UTI.

Confesso que o melhor momento, além do abraço com o filho, foi ver o prazer dele em poder beber 10 ml de suco de uva bem gelado, como havia solicitado. Acredito que proporcionamos ao paciente e família um momento de paz, alimentando a esperança em melhora a cada dia.

VISITAS NAS UTI’S

Nos hospitais há uma valorização da saúde mental do paciente e, por isso, os profissionais entendem o visitante como parte contribuinte na recuperação do doente. Entretanto, são necessários alguns cuidados, já que podem ocorrer contaminações, tanto do familiar, como do doente.

Dessa forma, na UTI é permitida a permanência de um acompanhante, acima de 18 anos, por todo o período da internação, exceto nos horários de visita. Além disso, a entrada ou troca de acompanhante deve ocorrer na recepção do hospital. Isso porque, não há permissão para mais de uma pessoa no local. Na UTI Geral II as visitas ocorrem entre 11h e 11h30 e na UTI Adulto das 15h30 às 16h.

VISITAS NOS HOSPITAIS

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) voltou a liberar as visitas hospitalares no Paraná nessa terça (29). Conforme a Sesa, a mudança foi possível graças à queda no número de casos, mortes e internamentos pela covid-19 no Estado. Anteriormente, conforme o artigo 2º da Resolução Sesa nº 1.268 de 2020, as visitas eram restritas a um acompanhante, desde que o serviço de saúde considerasse indispensável.

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Antunes

Jornalista

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