Wolfsburg, Alemanha – O grupo automobilístico alemão Volkswagen anunciou nesta sexta feira (18) que vai suprimir cerca de 30 mil postos de trabalho em todo o mundo, incluindo o Brasil, como parte de um plano para recuperar sua rentabilidade.
A Alemanha deve sofrer mais de dois terços do corte, ou aproximadamente 23 mil vagas. O restante afetará principalmente o Brasil e a Argentina, afirmou Karlheinz Blessing, chefe de Recursos Humanos, na sede em Wolfsburg.
O total de demissões representa quase 5% dos funcionários no mundo inteiro. A maioria deve ser feita por meio de antecipação de aposentadorias, sem reposição da vaga.
"A marca Volkswagen não dá dinheiro suficiente", afirmou o presidente Herbert Diess. O objetivo é reduzir em € 3,7 bilhões por ano os gastos até 2020.
Nos primeiros 9 meses do ano, a Volkswagen reportou uma queda na margem de lucro operacional para 1,6%, ante 2,8% no mesmo período de 2015. A meta é chegar a 4%.
De acordo com Diess, a Volkswagen precisa de mudanças para sobreviver em um novo ambiente competitivo para a indústria, incluindo novas tecnologias, que necessitam de investimentos, como direção autônoma e propulsão elétrica.
"Este é um grande passo à frente, talvez o maior da história da companhia", afirmou. "Todas as montadoras terão que se reconstruir por causa das mudanças iminentes na indústria. Precisamos nos preparar para a tempestade."
Além disso, a empresa alemã ainda enfrenta prejuízos bilionários com o escândalo de fraude em emissões de poluentes dos motores a diesel, que ficou conhecido como "dieselgate". Apenas nos EUA, a marca fez um acordo para pagar cerca de US$ 15 bilhões.
Na última semana, o presidente da Volkswagen no Brasil, David Powels, afirmou que a empresa investirá R$ 7 bilhões até 2020 para modernizar as fábricas já instaladas e produzir uma nova família de carros compactos, incluindo um novo SUV compacto.