22/08/2023
Agronegócio

WinterShow 2015: os drones estão chegando

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* Por Rogério Thomas, com foto de Lizi Dalenogari

Este ano o WinterShow, evento promovido pela Cooperativa Agrária de Guarapuava entre os dias 20 e 22 de outubro, deu mais um show de difusão de tecnologia. Além da demonstração de resultados de pesquisas de novas cultivares adaptadas à região, as empresas parceiras trouxeram o que há de mais moderno em termos de produção. Mais de quatro mil pessoas circularam pela área experimental da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Fapa) e puderam participar de diversas palestras técnicas, organizadas e apresentadas por especialistas e técnicos de renome nacional.

Mas um pequeno aparelho chamou a atenção nesta 12ª edição do evento. Ele não estava no solo ou nos maquinários que chegam a custar centenas de milhares de reais. A grande novidade voava a cerca de 200 metros de altura e estava “de olho” em todo o evento.

Há sete meses a Agrária, através da Fapa, está testando o uso de um drone (zangão em inglês, em referência ao zumbido que causa ao voar) e de um vant (veículo aéreo não tripulado). Apesar de ainda serem considerados uma novidade no meio agrícola, os drones e vants já vêm produzindo ótimos resultados, principalmente no controle da produção e no monitoramento da área cultivada.

Se a tecnologia de precisão tem impulsionado a revolução da agricultura nos últimos anos, a monitorização de culturas a partir do céu poderá ser a responsável pela nova revolução.

De acordo com Étore Francisco Reynaldo, pesquisador do setor de Mecanização Agrícola e Inovações Tecnológicas da Fapa, com um drone ou vant pode-se capturar imagens de alta precisão dos campos, cobrindo centenas de hectares num único voo. “Por meio de imagens, os pesquisadores e agrônomos podem detectar falhas nas plantações, áreas com falta ou excesso de água e onde é preciso utilizar agrotóxicos ou qualquer outro suplemento agrícola”.

Atualmente, a Agrária mantém duas linhas de pesquisa com o drone e o vant. Na primeira, são detectados os tamanhos das plantas, através da coleta de imagens com infravermelho. “Desta forma, podemos mencionar extamente a necessidade de adubação, desenvolvendo todo o potencial produtivo da planta”, explicou Étore.

Na segunda linha de pesquisa, são identificadas as falhas de plantio. “Com as imagens áereas, nós detectamos onde há falhas no plantio. Isso agiliza o trabalho do engenheiro agrônomo, que localiza mais facilmente a área com problemas e orienta de forma mais rápida e precisa o trabalho dos produtores”.

O uso do drone e do vant ainda estão em fase de testes na Agrária, mas Étore acredita que a aplicação dessa tecnologia não tem mais volta. “Foram investidos cerca de R$ 45 mil na aquisição dos equipamentos, mas o retorno em agilidade de atendimento e precisão na detecção dos problemas das culturas, são imediatos e transformam esse investimento em uma significativa redução na perda de produção. Ou seja, é um investimento em tecnologia que vale a pena”.

Os resultados obtidos com o drone e o vant da Agrária nesses primeiros meses de teste, já incentivaram alguns produtores associados à cooperativa a aderirem à tecnologia. Quatro produtores já estão monitorando as lavouras com drones. Após a avaliação com os equipamentos, os resultados são imediatamente repassados ao setor agronômico da Agrária, que encaminha um profissional para atender o associado.

“Essa teclogia faz parte do projeto de automação da agricultura. Assim como as máquinas que realizam o plantio e a colheita estão evoluindo cada vez mais e reduzindo a necessidade de trabalho humano, os drones e vants vêm se somar, conseguindo fazer com que a agricultura seja mais eficiente e produtiva”, enfatizou Étore.

Os testes com o drone e o vant da Agrária estão sendo realizados com gramíneas e culturas de inverno.

O QUE É?

Voltados inicialmente para o mercado militar, os drones e vants, têm conquistado outros mercados. Um deles foi o do entretenimento, como hobby. Mas outras áreas perceberam o potencial dessas aeronaves que agora são utilizadas na agricultura, monitoramento, reconhecimento tático, segurança, vigilância e mapeamento, entre outros.

Na zona rural os drones e os vants têm aberto mais espaço a cada dia. Por meio de imagens, os equipamentos podem detectar falhas nas plantações, áreas com falta ou excesso de água e onde é preciso utilizar agrotóxicos ou qualquer outro suplemento agrícola.

Cristina Esteche

Jornalista

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