22/08/2023
Brasil Política

Yared cobra liberação de bafômetros mais novos

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Da Redação, com assessoria

Brasília – A deputada federal Christiane Yared (PR-PR) cobrou nessa terça feira (15), na Câmara dos Deputados, a modernização dos bafômetros utilizados pelas polícias de trânsito no Brasil. Defasados em 13 anos em relação aos últimos lançamentos, os equipamentos apresentam tecnologia ultrapassada. São mais caros, demoram mais tempo para emitir o resultado e não suportam variações de diferenças climáticas.

“A realidade está muito distante do que precisamos. Com equipamentos mais modernos, daremos mais condição para a polícia autuar aquele cidadão que acredita não ter problemas em beber e dirigir. Pessoas que causam sequelas permanentes a milhares de famílias”, criticou Yared durante a sessão da Comissão de Viação e Transportes, da qual é vice-presidente. Hoje, o Brasil é o país com a 4º maior taxa de mortes no trânsito no mundo.

A cobrança para atualização dos bafômetros recai sobre o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Deputados e empresas privadas alegam que a autarquia responsável por avaliar a qualidade dos produtos no Brasil tem um processo lento para aprovar os equipamentos. Em 2004, o Inmetro aprovou pela última vez um modelo de bafômetro para utilização das Polícias brasileiras. Desde então, todos os outros requerimentos foram negados.

O Inmetro alega que nenhum dos equipamentos conseguiu aprovação após ser submetidos aos testes exigidos pela legislação. “O Inmetro segue um regulamento, e como agentes públicos, só podemos fazer o que a lei determina. Nosso prazo para autorizar um produto leva até seis meses. Mas muitos fabricantes não cumprem com as exigências estabelecidas, perdem prazo de entregas de documentos, entre outros”, ponderou Ana Gleice Santos, pesquisadora tecnologista do Inmetro.

Santos explicou que a área responsável pela aprovação desses processos foi reforçada. “Estávamos com apenas uma pessoa para resolver todos os processos. Agora contamos com três técnicos. Essa reestruturação vai dar mais agilidade às demandas”, concluiu a representante do Inmetro.

As fabricantes de bafômetros contrapõe a versão do Inmetro. Segundo Washington Trindade, coordenador de uma das maiores empresas do ramo, a falta de estrutura da autarquia federal impossibilita a aprovação de novos modelos do equipamento. “Desde 2009, entramos com seis pedidos de homologação. Todos negados. Em algumas oportunidades, ficaram mais de dois anos para dar a resposta de uma fase”, criticou Trindade.

As versões mais modernas de bafômetros apresentam melhorias que podem aumentar a fiscalização e o número de motoristas flagrados sob o efeito de álcool. Os equipamentos suportam diferenças climáticas extremas, como calor excessivo ou fortes chuvas. Emitem o resultado em menos de um minuto (50% mais ágeis que os modelos usados atualmente), e custam menos aos cofres públicos. Segundo as empresas fabricantes, enquanto o kit completo do modelo antigo é orçado em R$ 12 mil, o bafômetro mais atual sai por R$ 9 mil.

Cristina Esteche

Jornalista

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