Cerca de 100 professoras participaram da mobilização organizada pelo Sisppmug em prol da reposição salarial da classe no inicio da tarde desta terça-feira (7), em frente ao paço municipal. Com faixas espalhadas e apito na boca, as professoras estão tentando reverter o quadro, que já apresenta 38% de perdas salariais. Há três anos a prefeitura de Guarapuava não concede reajuste, nem mesmo repassa o índice inflacionário.
No nosso entendimento, com base em cálculos do Dieese, há sim uma margem de negociação e isso precisa ser revisto. Nós tivemos um primeiro contato com a prefeitura semana passada, com a Secretária de Administração Ana Paula Silva Polli Ferreira, e ela nos apresentou algumas tabelas dizendo que não há margem para dar a reposição salarial. Eles alegaram a crise econômica mundial que fez com que a arrecadação do município caísse, mas sabemos que já está havendo uma recuperação e maio foi um mês que provou isso. Segundo o Dieese vem numa crescente melhora, observa a professora e diretora do Sisppmug, Cristiane Wainer.
De acordo com ela, a classe aguarda uma contraproposta do executivo. A crise se espalhou por todo país e estado e as outras prefeituras estão conseguindo repassar pelo menos o índice inflacionário, em torno de 6 a 7%. Devido Guarapuava já estar há três anos sem nada, estamos reivindicando e cobrando uma nova proposta do executivo, aponta.
Depois do apitaço e da ameça de ir, uma a uma, na ouvidoria da prefeitura, foram recebidas pelo assessor de gabinete do prefeito Fernando Ribas Carli, José Campos Filho, o Zizinho.
Enquanto estavam no gabinete do assessor, uma professora perguntou a ele se já tinha tido a experiência de ficar numa sala de aula durante quatro horas com 36 crianças. No final da conversa, Zizinho afirmou que iria levar as reivindicações ao prefeito Fernando Carli.
Zizinho não quis conceder entrevista à Rede Sul de Notícias, disse que não pode falar nada a imprensa sem a autorização da assessoria de comunicação. Segundo ele, são ordens do prefeito que ninguém fale sem o conhecimento da assessoria.
As professoras marcaram nova mobilização para o retorno das aulas.
Por Daiane Celso