
Bebê com o pé torto (Imagem: Reprodução/Vida Saudável)
A deformidade conhecida como pé torto congênito consiste em uma série de más-formações caracterizadas por cavo, varo, equino e aduto do pé. Assim, pode ser suspeitada já no útero da mãe pela ultrassonografia, sendo facilmente identificada após o nascimento, não necessitando de exames de imagem.
Se não tratada pode causar uma deformidade rígida e de difícil cuidado, mas, felizmente é um dos procedimentos atendidos pelo Método de Ponseti. Esse que consiste em trocas seriadas de gesso, na maioria das vezes necessitando de uma pequena cirurgia no final, a tenotomia do Tendão de Aquiles.
O médico Gustavo Werle Ribeiro, especialista em ortopedia pediátrica no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), afirma que as causas desta patologia não estão totalmente estabelecidas, mas é um fato que envolve algum grau de relação genética.
A incidência é de aproximadamente 1 em 1 mil nascidos vivos, com apresentação bilateral em 50% dos casos e, quando unilateral, predomínio à direita. Afeta mais os meninos na proporção de 2 em 1 em relação ao gênero feminino.
TRATAMENTO
O objetivo do procedimento é tornar o pé torto congênito um pé plantígrado, funcional e indolor. “Deve-se lembrar que mesmo um pé corretamente tratado nunca será absolutamente normal, permanecendo de tamanho menor e quase sempre associado a um menor diâmetro da panturrilha”.
Além disso, para que se tenha a correção completa do pé, é necessário em média, seis a 10 trocas de gesso. Dessa maneira, em 70% dos casos é preciso de complementação cirúrgica, seguida de três semanas de imobilização gessada.

Método de Ponseti (Imagem: Reprodução/SESA)
Após essa fase de tratamento, inicia-se o uso da órtese de Denis Browne, continuamente, pelos próximos três meses e no período noturno até os 4 anos de idade. “Muitos pais perguntam se a porção proximal (que envolve a coxa) é realmente necessária, mas ela é essencial para um tratamento eficaz”.
A técnica indicada para além dos casos primários, serve também para os negligenciados e recorrências. O principal fator de recorrência é o uso inadequado da órtese, ou por tempo menor que o recomendado. Por fim, na falha do tratamento conservador, o tratamento cirúrgico é instituído.
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