22/08/2023

Confissões de uma memória culinária

Você já se deu conta que comida é algo que nos remete a memórias afetivas? Confira hoje, o despertar do jornalista Gilson Boschiero para os aromas da culinária

Gilemãe

*Reportagem de Cristina Esteche para a Revista Personnalité

Huuuuuummm! Não precisa ser ‘bom de garfo’ para saber que um dos melhores prazeres da vida é saborear comida boa. E você já se deu conta que comida é algo que nos remete a memórias afetivas?

É aquele virado de feijão com couve que só a mãe sabe fazer, ou aquele bolinho de chuva da tia que mora em outra cidade. Ou quem sabe aquela gelatina com frutas das festas de aniversários. O fato é que o ato de comer, além de saciar a fome, é uma experiência sensorial.

No caso de comidas típicas, por exemplo, cada prato, cada tempero, os ingredientes contam a história da comunidade. São gostos, texturas, aromas que provocam conexões emocionais. São as cores, os sabores, traduzidas em refeições, em elementos, que cada um conhece.

Vamos embarcar nessa viagem? O roteiro quem dá são jornalistas do Portal RSN a partir das próprias experiências. Confira hoje, o despertar do jornalista Gilson Boschiero para os aromas da culinária.

(Foto: arquivo pessoal)

Confissões de uma memória culinária

Gilson Boschiero

O meu despertar para os aromas ocorreu cedo. Ainda pequeno, com 5 ou 6 anos, lá estava eu ao lado do fogão. Além de ver minha mãe cozinhar, eu perguntava, aprendia e saboreava com o narizinho, o vapor carregado de cheirinhos inesquecíveis. Ah, às vezes pedia: “Posso provar?”, e ela me dava, mas sempre falava: “Lava a colher para mexer na panela de novo, senão azeda”.

Quando não era o feijão, era o arroz branco agulhinha. Muito alho e cebola estalavam no fundo da panela com óleo ou banha, antes de receber os grãozinhos pré-lavados e quase secos. Tudo sem medidas, sem receitas. A água fervente no canecão era colocada conforme a experiência, no ‘olhômetro’. E o arroz ficava soltinho, soltinho. Era o trivial. Assim aprendi também.

E o que dizer do bife frito acebolado? Meu Deus, só de lembrar já deu água na boca. Assim eu aprendi a cozinhar, observando, cozinhando, experimentando. Aprendo até hoje, perguntando para minha mãe quando tenho dúvida. Ela também aprende comigo.

Dia desses a ensinei a fazer queijo fresco. Depois bolo de liquidificador. E a aluna tirou nota 10. A alquimia da culinária é assim mesmo. Um universo de possibilidades, que nos permite aprender e ensinar, aperfeiçoar os sabores. Mas alguns, são tão perfeitos que não precisam de especialização. Já deixaram suas marcas na alma da gente. São especiais como tudo o que é simples na vida.

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Antunes

Jornalista

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