22/08/2023

Cristhian Lucas te apresenta: o mundo encantado do teatro de bonecos

O Teatro de Bonecos ganha existência nos palcos por meio do movimento das mãos do ator que o manipula, narra as histórias e transcende a realidade

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Teatro de bonecos (Foto: Reprodução/Pixabay)

*Matéria em parceria com Cristhian Lucas

*Reportagem com vídeo

A história do Teatro de Bonecos é tão ancestral quanto a do teatro tradicional. A forma de arte já estava presente entre os primitivos que, deslumbrados com as silhuetas nas paredes das cavernas, elaboraram o teatro de sombras, visando talvez entreter as crianças.

Desde então o Homem não estancou mais o impulso criativo. Assim, surgiram os bonecos moldados com barro, desprovidos de junções, para posteriormente aparecerem os primeiros exemplares com a união de cabeça e membros.

O Teatro de Bonecos ganha existência nos palcos por meio do movimento das mãos do ator que o manipula, narra as histórias e transcende a realidade, metamorfoseando o real em momentos de magia e sedução. Dessa maneira, também tem um alto potencial educativo, podendo se converter em um poderoso instrumento aos educadores.

ARTISTAS DO PARANÁ

A artista curitibana Marcela Perbiche, de 22 anos, começou a atuar no teatro em 2013, em um projeto social que a Unicentro ofertava em Guarapuava. Ela conta que as aulas eram ministradas por Rita Felchak, um nome reconhecido da cultura do município, e que passou a trabalhar como atriz. No ano seguinte, foi convidada para desenvolver outras funções na Felchak Produções como figurino, confecção de cenário, produção, entre outros. “Em 2018 me mudei para Curitiba para fazer faculdade de teatro licenciatura, na unespar. me aprofundei em diferentes formas teatrais: teatro dramático, documental, épico, de improviso, musical e teatro de animação. Atualmente sou atriz, cenógrafa, aderecista, pesquisadora na área e bonequeira”.

Marcela (Foto: Arquivo pessoal)

Em 2019, Marcela criou, ao lado de três mulheres, um coletivo teatral chamado “Loucas Coletivas”. Desse modo, com a proposta de pesquisar o teatro de animação. “Criamos um espetáculo chamado ‘O que eles não querem é coragem’, que retrata mulheres que viveram durante a ditadura militar no Brasil”.

(Foto: Arquivo pessoal)

Para apresentar essas mulheres ao público, escolheram a forma animada conhecida como bonecas híbridas. A pesquisa poética foi intrinsecamente ligada à prática e à história das mulheres que essas bonecas representavam. “Além disso, ainda na Felchak produções, tive contato com a grande bonequeira Dody Sanman, que me ensinou a base do que era o teatro de bonecos”.

A poética do cuidado e a prática do encontro presente no teatro, se manifesta em abundância por meio do teatro de animação. Acredito que o teatro de bonecos nos revela um mundo novo, com diferentes possibilidades, algo que foge do real e nos faz pensar diferente e olhar para o que se vê, realmente olhar tentando enxergar algo. O que eu busco com o teatro de bonecos é justamente esse outro lugar do teatro, não como espetáculo, mas como história, cuidado, troca, vida real por meio do irreal animado.

Dody Sanman é uma explosão de talentos. Nascida em uma família humilde em que a maior riqueza é a arte, Dody descobriu os talentos por acaso. Assim, unindo a sensibilidade ao talento, já incorporou inúmeros personagens e marca a cultura de Guarapuava.

Dody (Foto: Reprodução/Facebook)

Mas o talento artístico dessa guarapuavana está presente também nos bastidores, quer seja na interpretação ou na confecção de personagens para o teatro de bonecos ou na produção de adereços e de figurinos. Além disso, em 1995, na peça ‘Esperando Godot’ venceu vários prêmios estaduais e nacionais.

Para falar um pouco mais sobre o assunto, convidamos Tadica Veiga, artista com anos de experiência como bonequeira na Companhia dos Ventos, e que atuou como Secretária da associação Paranaense de Teatro de Bonecos por várias gestões, como Secretária da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos e como Conselheira Latino Americana da UNIMA, União Internacional da Marionetes.

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Sabrina Ferrari

Jornalista

Graduada em Jornalismo pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) em 2018. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras da Unicentro. Possui experiência na área de reportagem, com ênfase em textos mais voltados para cultura, moda, turismo e comportamento.

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