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Em 2004, um marco histórico na luta contra a transfobia ocorreu no Brasil, quando ativistas travestis, transexuais e transgêneros lançaram a campanha “Travesti e Respeito”. Essa iniciativa, feita em parceria com o Departamento DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, teve seu lançamento no Congresso Nacional em Brasília. O objetivo era claro: combater a discriminação, sensibilizar educadores e profissionais de saúde, e, acima de tudo, dar visibilidade à cidadania e autoestima de travestis e transexuais.
Segundo Jaqueline de Jesus, ativista e defensora dos direitos trans, o termo transgênero ou trans se refere a pessoas que não se identificam com o gênero designado ao nascimento. Já as travestis são aquelas que vivenciam o papel de gênero feminino, se identificando com uma identidade feminina, embora não se identifiquem com o gênero masculino.
A campanha foi organizada pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), se destacando como um marco histórico na luta pelos direitos da comunidade trans e contra a transfobia. A mobilização resultou em um Dia Nacional de Visibilidade Trans, celebrado anualmente desde então.
Nos últimos anos, cada estado tem contribuído de maneiras diversas para a visibilidade, incluindo atos públicos, denúncias de violações de direitos, exibições de curtas-metragens, entrevistas em meios de comunicação, palestras e rodas de conversa.
VISIBILIDADE
Apesar dos avanços, a comunidade ainda enfrenta desafios significativos, incluindo a (in)visibilidade de seus direitos. Denúncias frequentes evidenciam um cenário crescente de violência e discriminação, com situações constantes de risco, violação de direitos e agravamento da vulnerabilidade socioeconômica.
No cotidiano, travestis e transexuais enfrentam conflitos na escola, onde a falta de acolhimento e respeito por sua identidade de gênero resulta em altos índices de evasão escolar. De acordo com a RedeTrans, cerca de 82% das mulheres transexuais e travestis abandonam o ensino médio entre os 14 e os 18 anos.
O Brasil, lidera o ranking de maior número de assassinatos de travestis e transexuais no mundo há mais de uma década. A ausência de uma lei específica que criminalize a transfobia e os crimes de ódio contra a comunidade LGBTQIAP+ contribui para esse cenário alarmante.
PERSONALIDADES PARA SEGUIR
Valentina Luz é uma modelo, performer e DJ nascida no interior do Paraná. Ela já tocou em grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza e DGTL. Em 2022, recebeu o prêmio de melhor DJ do ano pelo WME Awards, que homenageia mulheres da cena musical brasileira. Nas redes sociais, compartilha registros de seu trabalho e dia a dia.
A historiadora e comunicadora Giovanna Heliodoro é conhecida como Transpreta nas redes sociais, onde compartilha vídeos bem-humorados, mas também educacionais, que ajudam a combater o racismo e preconceito contra trans e travestis.
Ator, artista plástico, diretor e curador baseado em Nova York, Chella Man compartilha suas vivências enquanto homem surdo, trans, judeu e descendente de asiáticos nos Estados Unidos. Como ator, ficou conhecido ao interpretar Jericó, na segunda temporada da série ”Titãs”, da DC. Alguns de seus vídeos mais populares no YouTube são “tenho orgulho de ser PCD” e “a beleza de ser surdo”. Em uma de suas performances recentes como artista, ele explora a questão da gravidez biológica.
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