“Diabo Trans”: a arte, identidade e quebra de estereótipos de Ravi

Dar vida aos sonhos muitas vezes requer enfrentar desafios que vão além das fronteiras pessoais e chegam a sociedade como um todo. Em Irati, um jovem de 26 anos está rompendo barreiras e desafiando estereótipos como estudante, artista e motoboy. Ravi, que adota o nome artístico “Diabo Trans”, busca desafiar as expectativas sociais e expressar a identidade de maneira ousada e criativa. “Gosto do nome artístico ‘Diabo Trans’ por conta da figura trazer para a sociedade um significado ‘ruim’ e ‘sujo’, ou seja, tudo aquilo que a sociedade julga em uma pessoa preta e transexual”. Desde a infância, ele teve uma conexão profunda com a arte. No entanto, foi em 2019, quando ele se envolveu com a marca de roupas Desanuviar, que a paixão se transformou em uma fonte de renda. Assim, transformando peças simples em roupas únicas e expressivas por meio do uso do aerógrafo e do pincel. A última coleção combina a ousadia do pixo urbano com a moda, criando uma fusão impressionante de estilos e influências.

OS SONHOS

O caminho para dar vida ao sonho de frequentar uma faculdade de Arte foi longo. Desde o ensino médio em 2014, Ravi sonhava com isso. No entanto, as limitações financeiras da família o impediram de perseguir o objetivo imediatamente. Após sair da casa dos pais e se mudar para outra cidade em busca de oportunidades de trabalho, ele finalmente conseguiu se estabilizar. Foi nesse momento que ele entrou para o curso de Arte Licenciatura na Unicentro e se mudou para Guarapuava. Essa mudança representou uma virada significativa, permitindo explorar novos espaços artísticos. O jovem mergulhou de cabeça na modelagem em argila, na fotografia e na foto performance, onde está se descobrindo de inúmeras maneiras. Além disso, ele também se aventurou na criação de pinturas em paredes e tecidos para decoração, sempre buscando incorporar traços da personalidade e experiências em cada pedaço da arte.

Minha arte é minha voz e minha maneira de desafiar o mundo a ver além dos estereótipos. Cada pincelada, cada peça de roupa que crio, é uma afirmação da minha existência e uma celebração da diversidade. Espero que minha jornada possa inspirar outros a nunca desistirem de seus sonhos e a encontrarem sua própria maneira de se expressar.

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