A história de Viviane Boschiglia da Silva, uma das sargentos do 26° Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), mostra que as mulheres no exército provam que a força e a dedicação transcendem qualquer barreira. O desejo pela carreira surgiu a partir da necessidade, e para alcançar este objetivo, ela precisou passar por uma trajetória árdua.
De acordo com a sargento, foram três anos tentando passar na seleção. Ela trilhou um caminho em um ambiente tradicionalmente dominado por homens, quebrando barreiras para ocupar qualquer posto com competência e garra.
Ingressei por meio de concurso e levei três anos pra conseguir passar, mas deu certo. Minha maior dificuldade com certeza foi a parte física, é uma mudança enorme para quem não está acostumado a fazer atividade física. Eu fiz o concurso da Escola de Sargentos das Armas (ESA) e pra mim nunca foi um problema pensar que era um ambiente predominante masculino, sempre tive em mente que deveria fazer o máximo para me ajustar no ambiente ao qual estava me inserindo, ter postura e sempre respeitando os outros para que fosse respeitada também.
Além dos desafios físicos, o ambiente militar exigia força emocional. A sargento passou por quase dois anos de formação, onde foi preparada para lidar com as dificuldades da carreira. “As demandas físicas e emocionais, por mais que seja difícil demais para algumas pessoas entenderem para o segmento feminino é um enorme desafio. Somos ensinadas a enfrentar essas situações desde o primeiro dia. Então quando nos tornamos sargentos, estamos mais preparadas para lidar com o que vier”.
POSTURA QUE IMPÕE RESPEITO
Ao ser questionada, se entre os desafios da carreira ela vivenciou preconceito e discriminação. A sargento conta que não, mas para isso, ela sempre teve uma postura que pudesse impor respeito e demonstrar para o que ela estava ali. “Quando ouvi umas piadinhas, eu respondia com o mesmo nível àquela pessoa e ela nunca mais fazia piadinhas e ficou tudo certo”.
Mesmo que o preconceito está presente em todas as carreiras, a sargento Vivian enxerga com bons olhos a recente aprovação que permite que mais mulheres se alistem nas Forças Armadas. Para ela, essa mudança é um avanço importante e uma chance de provar que as mulheres trazem um olhar diferente para o exército, mais detalhista e perfeccionista.
Agora, teremos mulheres em todos os postos, de soldados a tenentes, e isso é uma grande evolução! É uma grande chance de mostrar que as mulheres podem atuar em todos os postos do exército, já tínhamos sargentos e tenentes, agora teremos também mulheres soldados. Para muitos com certeza será um grande impacto, pois muitos que participam da formação do soldado nunca tiveram a experiência de formar alguém do segmento feminino, então exigirá um tato maior pois sabemos que as mulheres tem algumas diferencias fisiológicas do segmento feminino.
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