22/08/2023

Durante a pandemia de covid-19, a tecnologia tem sido aliada dos avós

De acordo com a psicóloga, a tecnologia ajuda já que os avós podem receber o carinho dos netos. Uma esperança de que dias melhores estão por vir

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De acordo com a psicóloga, a tecnologia ajuda já que os avós podem receber o carinho dos netos (Foto: Reprodução/Pixabay)

O Dia dos Avós é celebrado neste domingo (26), mas em 2020 será diferente já que a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus impede que netos e avós celebrem a data juntos. Enquanto os jovens diminuem a saudade da família levando a tecnologia como uma boa aliada, os idosos enfrentam mais dificuldades e podem chegar a viver um período de maior solidão.

No entanto,  alguns netos estão ajudando a resolver esse problema. Esse é o caso de Isadora Costa de 19 anos, que passou alguns dias ajudando a avó Suzana a aprender a trocar mensagens pelos aplicativos.

“Nossa família já tinha um grupo para conversar no WhatsApp e ela não estava inclusa, já que não tinha muita habilidade com o celular. Mas agora ela já está aprendendo e pode diminuir a saudade mandando áudios e ligando”.

A principal dificuldade era digitar na tela do celular, mas agora que a dona Suzana sabe mandar áudio, tudo ficou mais fácil.

Quando a pandemia começou, eu fiquei com medo de ficar muito sozinha e também sofria de saudade dos meus netos, são cinco. Fico emocionada de poder falar e ver cada um deles pelo celular.

E, foi assim aos 76 anos que ela aprendeu a usar o celular como um grande aliado para diminuir a distância em tempo de isolamento social.

NÃO EXISTE “MUITO TARDE”

(Foto: Reprodução/Pixabay)

Você provavelmente já deve ter ouvido falar que é muito tarde para aprender algo novo, mas o Afonso, um idoso de 80 anos, pode provar que não. Os três filhos e os dois netos vibram de felicidade com isso, como afirma Gabriela Andrade, que mora em Santa Catarina e pode diminuir a saudade do avô de forma on-line.

“Não vejo meu avô desde que a pandemia começou. Antes eu falava com minha mãe e ela sempre passava o telefone para ele, agora podemos conversar sempre que tivermos vontade”.

O Afonso ganhou o celular de uma das filhas logo que a pandemia começou. Ela que mora com o pai, viu que essa seria a melhor alternativa para que ele não se sentisse sozinho. “Ele adora, quer ligar para as pessoas por vídeo e ficar conversando. Se diverte muito, faz bem neste momento tão delicado”.

De acordo com Afonso, o mais difícil é conseguir dar atenção para todo mundo.

A família quer ligar toda hora, mas eu sou só um. Eles ficam chateados quando demoro para atender, só que logo ligo de volta. Eu gosto de dar atenção para todo mundo.

O ISOLAMENTO SOCIAL

O isolamento social tem sido uma tarefa árdua para os idosos, já que muitos deles gostam de estar rodeados de pessoas. Este é o caso de Nadir de 74 anos. “É difícil, gostaria de dar um abraço nas pessoas, sinto muita falta. Minha forma de diminuir a distância é ligar para os familiares”.

Segundo os psicólogos, as mudanças da vida nesta fase tornam as pessoas com mais de 60 anos mais solitárias, o que aumenta o impacto da solidão na saúde mental. Conforme Nadir, as ligações diminuem esse sentimento e a fazem sentir o carinho daqueles que estão longe, acabando com o sentimento de solidão.

“Eu ligo para as pessoas, a gente conversa. Mas fico com saudade da minha neta que está longe de mim, fico com dó de não poder passar este dia perto dela”.

Conforme a psicóloga Elizabete Fernandes, o contato entre os avós e os netos é essencial e especial para ambos os lados, já que a figura representa identificação e aprendizado.

Os netos são parte fundamental da vida dos idosos, como o oxigênio, eles revitalizam e alegram a vida dessas pessoas. Então, ficar longe das pessoas queridas afeta a vida dos idosos. Eles querem sentir esse carinho que é como uma esperança de que dias melhores estão por vir.

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Antunes

Jornalista

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