“O meu parto foi lindo, não precisei passar por nenhuma intervenção médica/cirúrgica e só tenho a agradecer à minha doula, Mirian, que me apoiou, me deu força e esteve ao meu lado o tempo todo junto com o meu marido e o meu médico obstetra”. O depoimento da professora Josiane Marin após o parto natural hospital acompanhado pela doula Mirian Baitel em Guarapuava traduz a importância dessa profissão num dos períodos mais importantes da mulher: a hora de dar a luz.
“Antes do internamento ela chegou na minha casa e me mostrou como o céu estava bonito, acendeu velas, ouvimos músicas que me deixaram calma e ensinou as massagens que aliviam a dor para o meu esposo. Foi uma presença linda e essencial para a nossa família”.
Para melhor atender os chamados que recebe, não apenas em Guarapuava, Mirian Baitel já está atendendo no Espaço da Luz, que anexo ao Jardim de Essências, na Rua Coronel Saldanha, 1630, no Centro de Guarapuava. Ela também oferece massagens e prepara a futura mamãe para que tenha informações adequadas sobre o parte.
“Infelizmente o que observamos hoje é um número assustador de mulheres que sofrem violência obstétrica justamente por falta de informação para decidirem sobre procedimentos do seu próprio parto. Minha missão é trabalhar para que os bebês venham ao mundo com mais respeito e afeto, neste momento tão lindo e importante para as famílias que se tornou absolutamente anestesiado”, destaca Mirian. Ela reforça que a doula apoia a mulher na preparação e durante o parto, seja qual for a via de nascimento – natural ou cesária.
RECONHECIDO E ESTIMULADO
Há registros ancestrais e arqueológicos de antigas civilizações em todo o mundo de que mulheres se apoiavam mutuamente em círculos, especialmente no momento de parir seus filhos. Ainda há algumas décadas as chamadas “parteiras” eram as responsáveis pelo apoio no nascimento de grande parte da população. Com os avanços da medicina, embora muito necessários, esse vínculo de poder foi se perdendo e, infelizmente, casos de intervenções desnecessárias e registros de violências obstétricas aumentando. Agora as doulas, mulheres que apoiam mulheres, retomam esta tradição natural que perpassou gerações para buscar partos humanizados e que preservem a natureza no nascer.
Segundo Taysa Mecher que também recebeu o acompanhamento no momento do parto, a doula ajudou a lembrar de todos os meses de estudo e empoderamento do seu corpo. “Ela me trouxe segurança e acolhimento nesse momento super importante e especial de nossas vidas, tirando dúvidas, confortando em instantes de angústia e fornecendo informações para que tomássemos as melhores decisões tanto para mim quanto para o meu bebê”, explicou a mãe.
A atuação das doulas durante o parto é reconhecida e estimulada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estudos mostram que esta presença ajuda a diminuir em cerca de 50% os índices de cesáreas, 25% a duração do trabalho de parto, 60% os pedidos de analgesia peridural, 30% o uso de analgesia peridural, 40% o uso de ocitocina e 40% o uso de fórceps. O apoio profissional recebido durante o trabalho de parto e pós-parto aumenta as sensações de bem-estar da mãe e ajuda combate a depressão pós-parto.
Além de todo o suporte físico e emocional, elas informam e orientam as mães a respeito dos procedimentos considerados desnecessários de acordo com as atuais evidências científicas e orientações da OMS. “Por falta de informação ainda existe muito preconceito em relação a esse apoio, especialmente nos hospitais e pela classe médica. É uma pena, deveríamos ser bons aliados na chegada dessas vidas que carregam a experiência do parto, inclusive de traumas, por toda a vida”, explica a doula, sobre o trabalho em todo o Brasil organizado pela ANDO – Associação Nacional de Doulas.
PARTOS DOMICILIARES
Guarapuava, a exemplo dos grandes centros nacionais, também possui uma equipe de partos domiciliares. O grupo que já atendeu vários nascimentos em casa na cidade e região é coordenado pela enfermeira obstétrica Cristiane Küster, que trabalhou boa parte de sua carreira como diretora da maternidade do Hospital São Vicente e Mirian Baitel como doula. “Esta decisão de fazer ou não um parto domiciliar requer muita informação e uma boa preparação da gestante. É uma escolha da família que requer segurança e responsabilidade de todos”, explica a enfermeira obstétrica Cristiane Küster.
Segundo Priscila Egles, que teve um parto domiciliar acompanhado pela equipe no Distrito de Entre Rios, é difícil imaginar como seria o seu nascimento do seu filho sem o apoio dessas profissionais que auxiliaram no parto exatamente como ela escolheu, em casa na companhia de seu esposo e da sua irmã. “Sinto uma gratidão enorme por ter essas pessoas em minha vida. Quando eu engravidei, estava longe de saber a diferença que uma doula faria no nosso dia. Ela me deu carinho, apoio, conforto físico com as massagens e técnicas de respiração que auxiliaram no progresso do meu trabalho de parto. Criamos um vínculo afetivo muito grande! Hoje eu penso: o que seria de mim sem a minha doula nessa hora?”, declarou a mãe.
GINECOLOGIA NATURAL
Além do acompanhamento e preparação das mulheres durante a gestação, a doula Mirian Baitel também atende um público feminino em geral com massagens relaxantes e drenagens linfáticas. “Em breve teremos ainda mais novidades no espaço sobre ginecologia natural, medicinas alternativas e círculos de mulheres para compartilharmos informações sobre ciclos menstruais, fertilidade e outros assuntos referentes ao universo feminino”, avisa Mirian.
RODA DE GESTANTES
Neste domingo, a partir das 16 horas, haverá roda de casais gestantes no Espaço Luz para partilha de informações sobre o parto. A taxa de contribuição é R$ 50 por casal. É necessário fazer reserva pois as vagas são limitadas.
CONTATO
Quem quiser mais informações sobre o assunto pode pesquisar na página do Facebook Doula Mirian Baitel, entrar em contato pelo whats app (42) 99915-0113 ou agendar o seu atendimento pelo telefone (42) 3304-3582, no Jardim de Essências.
Fonte dados percentuais: bebe.com.br
Foto: Kallyandra Ágatha Muller.