Em Guarapuava, o frio dá os ares da graça nos últimos dias. E não é só uma questão de clima. É cenário, é poesia, é memória, e cada vez mais, é fotografia. Na cidade que está no ranking de uma das mais frias do Paraná, as manhãs de geada viraram símbolo de orgulho local.

Frio na Cabana do Lago (Foto: Orlando Silva)
Nas redes sociais, o guarapuavano tem registrado com sensibilidade os momentos em que a natureza parece parar. Campos cobertos de branco, galhos que brilham como vidro, araucárias envoltas em névoa e, lá no fundo, a fumaça suave que sai das chaminés das casas logo ao amanhecer.

(Foto: Orlando Silva)
Orlando Silva ‘pula da cama’ por volta das 6h diariamente. Mas é no outono e no inverno que ele costuma ‘madrugar’. “Não posso perder o espetáculo que a natureza nos oferece. “Como sou amante do frio e louco por fotografias uno o útil ao agradável”.
Com o celular nas mãos ele capta cenas do cotidiano da morada dele, no Jordão. São flores, paisagens, a água congelada que forma desenhos pendurados nos galhos das árvores agora sem folhas. “A natureza me encanta. Ele me dá cenas novas todos os dias. É essa beleza, esse encantamento que me alimenta a alma “. E se esse ritual se repete há cerca de 23 anos, as fotos sempre trazem cenas diferentes, embora tiradas no mesmo espaço.

(Foto: Orlando Silva)
ORGULHO
A lente não mente: o guarapuavano aprendeu a amar o inverno que o molda. E faz disso um manifesto visual. As redes se enchem de imagens autorais que capturam a geada, o por do sol congelado, o brilho nos telhados e até mesmo os momentos de interior. A chaleira sobre o fogão a lenha, o café coado na caneca, o aconchego de uma manhã fria em família.

(Foto: Orlando Silva)
É uma forma de dizer, com imagens, “isso é nosso”. E o orgulho de pertencer a esse cenário se fortalece a cada clique.

(Foto: Orlando Silva)
A Serra do Jordão e os recantos rurais de Entre Rios se tornaram destinos de inverno que encantam turistas e moradores. Pousadas charmosas com lareiras, cobertores de lã e pinhão no prato criam experiências autênticas, valorizadas por quem vive aqui o ano todo. Não se trata de vender uma estação, mas de compartilhar um modo de vida.

(Foto: Orlando Silva)
Em junho e julho, a natureza em Guarapuava guarda um presente: cerejeiras florescem em meio ao frio rigoroso. E mais uma vez, o guarapuavano registra. As fotos ganham cor, delicadeza e emoção. “É o inverno que também floresce”. E essas imagens, compartilhadas com orgulho, mostram ao Brasil o quanto o frio pode ser acolhedor.

(Foto: Orlando Silva)
Enfim! A cada inverno rigoroso, renasce também o orgulho guarapuavano. O frio, antes visto como obstáculo, hoje é celebrado como patrimônio cultural. “Aqui não é só frio, é poesia”, costuma dizer Orlando e quem também vive por essas bandas. E com razão. As temperaturas negativas, que frequentemente cobrem a paisagem de gelo, elevam a autoestima local. Guarapuava é lembrada, reconhecida e desejada por sua autenticidade gelada e um charme difícil de copiar.

(Foto: Orlando Silva)
Festival que celebra o inverno: FECIN 2025
De 11 a 13 de julho, o Festival de Cervejas de Inverno (FECIN) volta à Cidade dos Lagos. Com entrada gratuita, o evento reúne cervejarias artesanais, gastronomia típica, música e um público que transforma o frio em festa. É a celebração de um tempo que não isola, aproxima. E claro, mais um cenário perfeito para ser eternizado pelas câmeras.
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