Sandra Denicievicz é uma jovem jornalista guarapuavana que decidiu experimentar todas as faces do nomadismo digital. Em quatro meses, ela visitou três estados e quase 10 cidades. Trabalhar viajando é o sonho de muitas pessoas, com a pandemia isso se intensificou e os planos puderam sair do papel de Sandra. Ela conta que desde a formatura em jornalismo, já tinha o intuito de conhecer novos ares.
“Eu pensava e questionava muito os moldes tradicionais de trabalho. Por qual razão eu deveria ir até a empresa, ligar meu computador lá, sendo que posso fazer isso de qualquer lugar do mundo?”. Durante alguns tempo, ela passou a planejar os passos. E foi assim, que Sandra começou a testar esse formato de trabalho colaborativo onde a pessoa troca trabalho por acomodação e outros benefícios.
Nos últimos dois anos, as férias se tornaram o meio tempo ideal para iniciar o projeto. “Meu primeiro trabalho foi em uma pousada budista em São Paulo. No litoral Sul de São Paulo, foi muito legal. Ajudei na cozinha e cuidei das redes sociais. Tive uma troca muito legal, que agregou muito. Uma enorme imersão cultural. Também fiz voluntariado em Santa Catarina”.
Sandra descreve a experiência como “maravilhosa”. Afinal, ela pode conhecer diferentes pessoas que estavam no local por motivos distintos. “Eu conheci os lugares com um olhar que não era de turista e sim de alguém que mora lá”.
UM NOVO PASSO
As pequenas experiências trouxeram um novo estilo de vida para a jornalista. Se antes ela viajava apenas nas férias, com o tempo decidiu querer ser nômade digital. “Tive a certeza. Não faz mais sentindo para mim um trabalho que eu precise estar em um escritório. A criatividade está ligada a ver e viver o mundo de outras formas. É preciso lidar com vários contratempos que nos fazem ver o trabalho de outra forma”.
Sandra estava em Curitiba e trabalhava em uma startup quando decidiu mudar. “Eu estava trabalhando, quase casando e percebi que eu precisava fazer o que eu sempre sonhei. Quero conhecer pessoas, coisas, o mundo”. Foi assim, decidida que pegou a mochila, colocou nas costas e partiu para a Bahia.
Sem roteiro e com vontade de se redescobrir, Sandra colocou os pés em Arraial d’Ajuda e percebeu querer morar um tempo lá. Em Porto Seguro aprendeu várias lições, boas e ruins. E, Vitória da Conquista, como o próprio nome diz, pegou o coração da mochileira. Comida nordestina, amor de sobra e pessoas receptivas tornaram tudo inesquecível. “Guardei um dinheiro para imprevistos, é sempre bom, né? Comecei por Ilhabela, foi muito legal, mas é caro. Assim, fui subindo, fui para São Paulo na capital e mudei minha percepção sobre a cidade. Aquele local é muito vivo! Fui para Minas Gerais, me apaixonei pelo estado e pelas comidas, que são deliciosas”.
Depois, a Bahia foi o destino final. Sobre lá, Sandra descreve as belezas. “O Brasil é enorme, é muito grande. Quando a gente sai se surpreende muito. A comida, o jeito de falar, tudo é muito diferente mesmo sendo o mesmo país. Ser mulher e viajar sozinha é ter muito cuidado, a gente se sente muito vulnerável. Ao mesmo tempo, se sente muito forte por estar longe de casa vivendo essa experiência”.