22/08/2023

PEITA, não é apenas uma camiseta: a resistência feminina está aqui e é para ficar

“A luta feminista só vai começar quando individualmente percebermos e aceitarmos que é sim preciso lutar (e nem começamos a nos organizar verdadeiramente para ela)"

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PEITA, não é apenas uma camiseta: a resistência feminina está aqui e é para ficar (Foto: Divulgação Puta Peita)

Deus é mulher, é o que afirma Elza Soares, a grande artista brasileira e uma das mães da luta feminina no cenário cultural. A artista canta passos verdadeiros da sobrevivência das mulheres em uma sociedade machista e minada de preconceitos. Diariamente seguimos usando nossa voz para dizer o que se cala, mil nações estão moldando nossos rostos, seguimos felizes junto a força que nos embala, o país e a sociedade são nossos lugares de fala. Sim Elza, Deus é uma mulher! 

Mas não é apenas na música, no teatro, nas artes, na vida cotidiana. Em todos os setores e ambientes, a luta feminina está crescendo e ganhando voz.  Estamos adquirindo cada vez mais possibilidades de estimular pensamentos, reflexões e atos para debater e alcançar direitos na sociedade. As mulheres ao longo dos anos, foram quebrando barreiras e lutando pelo espaço para garantir que sejam aquelas que decidem como querem trabalhar e viver. No entanto, ainda há muito o que conquistar, é uma luta que deu passos largos, mas não chegou ao fim da caminhada.

(Foto: Divulgação Puta Peita)

Percebendo a importância de oferecer mais meios dessa batalha diária que é a batalha por escolhas, direitos e pela vida feminina, Karina Gallon idealizou uma marca que ao ganhar vida ficou conhecida pelo Brasil todo. A PEITA, uma empresa com produtos em temática feminista que é uma ferramenta de enfrentamento contra as diversas fobias discriminatórias, entre elas o machismo.

NASCE UM MEIO DE ENFRENTAMENTO

O dia 8 de março de 2017 estava marcado na agenda de Karina como um dia especial, afinal, sua marca nascia como um protesto para chegar às ruas em frases curtas, mas de impacto. Desde então, está cumprindo sua missão e apresenta diversos dizeres polêmicos envolvidos em manifestações diárias das pessoas.

De acordo com Karina, as camisetas são ferramentas de combate as opressões e uma forma de levar a militância e a discussão do feminismo e outros temas para os espaços.

Não imaginávamos um alcance tão grande em tão pouco tempo, mas o objetivo sempre foi esse: disseminar o feminismo em todos os lugares, para todas as pessoas de todo o mundo.  

Karina Gallon (Foto: Munir Bucair Filho)

As frases são atemporais e conhecidas por mulheres jovens, adultas e até mesmo as militantes que estão na ‘flor’ da idade. Assim, entre elas está a famosa ‘Lute como uma garota’, estampa que esteve junto ao peito de diversas personalidades importantes no país. Mas o que muita gente não sabe, é que as frases surgem de parcerias com movimentos, instituições sociais e também de membros da militância.

Nesses casos, parte da produção ou do lucro é revertido para que elas continuem lutando por direitos, acolhendo mulheres e destruindo o patriarcado. Não é apenas uma camiseta.

O processo de criação das frases não é tão rápido como você deve imaginar, para que tudo tenha sentido e efeito é preciso pensar na construção textual, com quem se fala, o tom, como comunicar com as pessoas e se ela realmente serve para quem está usando ou para quem vai receber a mensagem ao olhar a camiseta.

(Foto: Divulgação Puta Peita)

AS VIDAS FEMININAS EM DEBATE

Quando falamos da importância de ferramentas que tragam à tona o debate sobre a vida feminina, questões de gênero e questionamentos, insistindo que a sociedade dê abertura para essa pauta é porque o Brasil é o quinto país com maior índice de feminicídios.

Além disso, a Human Rights Watch divulgou um relatório mostrando que o país está enfrentando uma epidemia de violência doméstica. No ano de 2015, foram registradas 4,4 mortes para cada 100 mil brasileiras, como aponta o portal Catarinas.

Sendo assim, lutar, trabalhar, pesquisar e jogar como uma garota é sinônimo de vitória diária. Afinal, no Brasil, estar viva, bem e ser respeitada é uma batalha de todos os dias. Visto que há pessoas que acreditam que ser uma garota é sinônimo de fragilidade. Mas eles não sabem o que Elza sabe, Deus nasce como uma garota e em todas elas. E se Elza bate de frente com o machismo na música, a Peita exerce essa função provocando, subvertendo, instigando a resistência e oferecendo força para a luta daqueles que a vestem. 

(Foto: Divulgação Puta Peita)

PEITA

O objetivo da Peita é levar a militância em todos os espaços possíveis e proporcionar um diálogo sobre a luta feminista. “Sempre dizemos que nossa missão é destruir o patriarcado e que a América Latina seja toda feminista”.

O empoderamento feminino é parte importante da missão de conscientização da sociedade, já que é a consciência coletiva sendo expressada em diversas ações para fortalecer as mulheres e desenvolver, diariamente, a equidade de gênero.

Nós entendemos que o empoderamento individual existe, mas não como tem nos sido colocado, de forma comercial e só relacionada a autoestima, emprego e qualidade de vida. É a transformação que nós, juntas, provocamos na sociedade.

Por fim, o convite é: pega a peita e se junta a esse pessoal em um lado que todo mundo segue unido, aceito, se entende e se respeita, evoluindo e buscando a desconstrução do machismo e do preconceito. 

Acompanhe o trabalho da Puta Peita pelo site, Instagram e Facebook

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Sabrina Ferrari

Jornalista

Graduada em Jornalismo pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) em 2018. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras da Unicentro. Possui experiência na área de reportagem, com ênfase em textos mais voltados para cultura, moda, turismo e comportamento.

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