A vida imita a arte e a arte imita a vida. A trajetória e obra do famoso pintor holandês Vincent Van Gogh se tornaram inspiração para o professor de artes Diony Rodrigues, que utilizou de ferramentas que tinha em casa para incrementar as aulas e ensinar com diversão e criatividade.
Diony atua ministrando aulas no Colégio Positivo, em Ponta Grossa. Quando a pandemia ocasionada pelo coronavírus começou ele estava em casa, se recuperando de dengue. Assim, com a imunidade baixa, ele precisou se isolar no sítio da família. O local despertou ideias no docente, que decidiu inovar utilizando o que já tinha em casa. “Quando a gente precisou trabalhar com aulas gravadas e ao vivo, eu pensei que queria algo diferente e que despertasse o interesse dos alunos. Por isso, busquei coisas que já tinha em casa e que pudessem ser relacionadas ao conteúdo que eu vinha trabalhando”.
Como ele é professor de arte, optou por relacionar o conteúdo ao lúdico e, assim, facilitar a imersão do aluno dentro daquilo que ele estava trabalhando, ou seja, aproximar o estudante da matéria e tornar o aprendizado mais fácil e interessante. “Fiz algumas caracterizações de vários personagens. Mas, o que mais chamou atenção foi o Van Gogh por ele ser um artista tão famoso”.
De acordo com Diony, ele optou pelo artista pela história que ele carrega, pela vida, pelo sofrimento e também porque o pintor não era aceito na sociedade e por isso se isolou. “Então, ele tem um pouco de relação com o que estamos vivendo no dia de hoje, de estar isolado”.
Van Gogh se isola e produz obras maravilhosas que expressam o que ele sentia, os medos, as angústias, tudo transformado em arte. Ele é um grande artista, que sabe expressar a dor em beleza. Além disso, ele tem uma carga expressiva que eu pude trabalhar além do conteúdo da sala de aula, trabalhar a empatia, refletir sobre o artista, sobre a situação dele, sobre a vivência.
Ele conta que os processos de pinturas foram feitos com tinta acrílica, tanto na pele quanto nas roupas. Desse modo, foram feitos à mão. Na pintura de Van Gogh, ele levou 50 minutos para pintar o rosto e cerca de quatro horas para pintar a roupa. “A reação dos alunos foi muito boa, tive muito retorno desde o início. Eles falavam que estavam aprendendo mais, que o conteúdo ficou mais interessante com a caracterização, que ajudava na absorção do conteúdo. Tive um grande retorno”.
OS DESAFIOS
O ensino remoto se tornou necessário, já que é o recurso que possibilita as aulas e aproxima professores e alunos. Portanto, dentro desse processo necessário, o professor buscou inovar, relacionando o conteúdo, mas oportunizando essa imersão através de grandes referências.
Para ele, pensar “fora da caixinha” é um desafio e tanto. “Passamos o tempo acostumados com um método dentro da sala de aula e chegou um momento que a gente precisou estar na frente de uma câmera, interagindo com os alunos. Minha ideia é fazer tudo com muito amor, como se estivéssemos em aulas presenciais”.
Por fim, ele comenta que recebe muito incentivo dos colegas, dos gestores e dos alunos. O processo de adaptação não foi fácil, mas essencial. E foi na arte, na diversão e na criatividade que ele encontrou a forma de incentivar os alunos.
Eu acredito que o futuro do mundo está nas salas de aula, hoje nas salas de aula virtuais. O futuro do mundo depende deles, precisamos trazer esse olhar criativo e reflexivo para o aluno. A arte tem a capacidade de transformação. Temos a capacidade de transformas o mundo quando pensamos de forma diferente.
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