Um professor da rede estadual de ensino do Paraná lançou um livro que aborda racismo estrutural em novembro. Jester Furtado escreveu ‘Joaquim, Negra Sim!’, reforçando a importância de se pautar em sala de aula uma educação antirracista. No início de 2024, terá lançamento em Guarapuava, Ponta Grossa e Curitiba.
De acordo com a Agência Estadual de Notícias, o livro, voltado para o público infantojuvenil, também fala de amor, afeto e relacionamentos. Dessa forma, narra de forma suave, as experiências do jovem Joaquim durante a primeira paixão na escola, pela colega Ayana. Ademais, mostra um primeiro conflito com as questões raciais, que ocorrem dentro da própria casa.
Durante uma conversa despretensiosa com um tio, não retinto, pessoa negra de pele clara, Joaquim precisa lidar, mesmo sem entender, com o racismo estrutural. Apesar de invisível, esse problema impõe padrões e, entre outras coisas, enfatiza a solidão da mulher negra.
LANÇAMENTO
Lançado pela editora Cão, com ilustrações de Hannah Abranches e tiragem inicial de 3 mil exemplares, a publicação não pretende definir uma cor para o amor. Para além disso, busca contribuir para apagar a cor da solidão. Isso porque, a história passeia pelo universo de uma alegre família negra na qual música, arte, educação e culinária brasileira desfilam harmonicamente.
Além disso, segundo o autor, Joaquim é um personagem gentil, alegre e popular na escola, graças à inteligência e ao talento com a música, dom que herdou do pai que é músico e luthier. “Apesar de ter escrito textos de dramaturgia já encenados e de ter colaborado com outros livros, esta é minha primeira publicação”.
O professor trabalha na rede estadual desde 2005 e também é roteirista e diretor de teatro. Conforme ele, a inspiração veio do desejo e da necessidade de contribuir com o processo de ensino, no qual se busca identificar e eliminar o racismo estrutural arraigado nas principais instituições sociais, inclusive na familiar.
Uma violência de um racismo que parece sutil por ter sido naturalizado, mas que segue proliferando preconceitos, ódio e exclusão. Nelson Mandela dizia que se podemos aprender a odiar, podemos também aprender a amar. É disso que se trata essa obra: amor, aprendizagem e representatividade.
Jester já promoveu sessões de autógrafos em Araucária e Campo Largo e na região de Curitiba. “Recebi muitos elogios e procura por parte de professoras, professores, pais e mães que buscam enriquecer os filhos com boas leituras”. O projeto foi desenvolvido por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado da Cultura, com incentivo da Copel.
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