A liberdade da mulher é a medida de evolução de uma sociedade.
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) provocou discussões nas mídias sociais no último domingo (5). Divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), abordou os “Desafios para enfrentar a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado por mulheres no Brasil”. Esse tipo de função abrange uma diversidade de tarefas e responsabilidades associadas ao suporte e à assistência a outras pessoas, geralmente em contextos familiares, comunitários ou de saúde. Essas responsabilidades incluem o cuidado de crianças, idosos, pessoas com deficiência, doentes ou qualquer indivíduo que necessite de ajuda.
Ele é frequentemente desempenhado por mulheres, principalmente mulheres negras, embora homens e outros membros da família também possam estar envolvidos. O trabalho de cuidado envolve uma série de tarefas, como alimentação, higiene, administração de medicamentos, acompanhamento médico, auxílio na locomoção, organização da casa e apoio emocional. Associado, principalmente, às mulheres, que desempenham papéis de cuidadoras em famílias sem serem remuneradas ou reconhecidas, o trabalho de cuidado não é considerado “trabalho” para muitas pessoas, uma vez que não ocorre em um local de trabalho remunerado, mas em casa ou em ambientes informais.
Por não ser reconhecido, valorizado ou remunerado na sociedade, permanece invisível e pode passar despercebido, embora desempenhe um papel crucial no bem-estar tanto de indivíduos quanto de comunidades. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres dedicam, em média, cerca de 21,3 horas por semana a atividades domésticas e cuidados com outras pessoas, enquanto os homens dedicam, em média, 11,7 horas. Contudo, ao analisar a proporção desse trabalho entre as mulheres, a pesquisa indicou que as mulheres negras têm uma taxa mais alta de realização dessas atividades, atingindo 92,7%, em comparação com 91,9% das mulheres pardas e 90,5% das mulheres brancas.
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