* Da Redação, com Gazeta do Povo
A plantação de trigo que foi marcada com sinais estranhos no último dia 06 de outubro está sendo “invadida” por curiosos em Prudentópolis. Centenas de pessoas entram diariamente onde apareceram marcações atribuídas a alienígenas. Em nome da curiosidade, as pessoas destroem parte da lavoura, afirma o proprietário do terreno e radialista Tito Santini. “Eu brinco que os terráqueos estão causando mais danos que os ETs”, disse
As chuvas seriam a principal preocupação nesta época para o trigo. Mas, por enquanto, o problema é mesmo o acamamento inesperado e as trilhas abertas no meio do trigal.
A área dos desenhos atribuídos a extraterrestres é considerada pequena – representa cerca de 1% dos 30 hectares cultivados na propriedade. Porém, a trilha de aproximadamente 100 metros que dá acesso ao local está se alargando.
Pisoteadas, as plantas dão lugar à lama. Num dos lados da lavoura, uma cerca de arame foi derrubada e pelo menos três pontos diferentes viraram “entradas” para a plantação.
Santini considera que, como a área marcada corresponde a menos da metade de um campo de futebol, seria exagero calcular prejuízo. Ele não acionou seguro nem a polícia. As seguradoras cobrem apenas danos climáticos.
Em sua avaliação, a curiosidade da população aos poucos vai passar e nenhuma providência radical será necessária. Pesquisadores, imprensa e curiosos recebem sua autorização para ver o trigo.
Perto de 500 pessoas estariam entrando diariamente na propriedade, cultivada por um arrendatário. Um dos visitantes desta terça-feira era o professor de didática Carlos Machado, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), de Guarapuava. Ele pediu autorização para entrar na área, tirar medidas do solo e fotografar detalhes das plantas deitadas.
“Muita gente já entrou. Fizeram novas marcas, e isso modificou o desenho”, lamenta. Machado é da área de pedagogia e pesquisa o fenômeno por interesse pessoal. “Não estou presumindo que foram ETs, apenas coletando dados”, disse, “o procedimento é parecido com o de uma investigação policial”.
De uma ponta a outra do desenho, são cerca de 100 metros. Mas não é possível ver a composição inteira da beira da estrada nem do próprio local. Mesmo à distância, a visão é diagonal e assemelha-se a marcas de pulverização. Só imagens aéreas permitem observação completa.
Cada um dos dois anéis principais tem 46 metros lado a lado. Com 22 passos, um adulto atravessa o círculo central que forma um olho entre os dois anéis. Os círculos laterais são pequenos.
Sobram argumentos para quem acredita ou não em ETs. Um detalhe visível mesmo nos círculos menores inspira os incrédulos: todas as marcações na lavoura têm canal de entrada, ou seja, devem ter sido feitas do solo e não de algum objeto voador.
Além disso, as plantas estão deitadas numa mesma direção, no sentido anti-horário. Se tivessem sido acamadas por força que viesse de cima para baixo, teriam se espalhado em diferentes direções.
Por outro lado, os caules não estão quebrados, o que intriga os observadores. Foram deitados por algo menos agressivo do que um trator. Além disso, não há rastros de pneus. “Não sei o que houve, não sei mesmo”, afirma Santini.