22/08/2023


Geral

Dois municípios do PR no ranking das cidades brasileiras que mais desmataram

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Da Redação 

Lançado nesta quarta-feira (11) pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica traz os dados mais recentes sobre a situação de cidades do Estado do Paraná. Os municípios de Bituruna (6º) e Coronel Domingo Soares (9º) estão entre as cidades que mais desmataram a Mata Atlântica no país entre 2000 e 2014, com 5.538 hectares e 4.677 hectares, respectivamente.

O estudo, com patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da empresa de geotecnologia Arcplan, apresenta ainda um consolidado dos últimos 14 anos. A cidade do Estado que mais preservou o bioma no período de 2000-2014 foi Guaraqueçaba – que mantém 80,1% de vegetação natural, comparado com a área original. A vegetação natural inclui, além das florestas nativas, os refúgios, várzeas, campos de altitude, mangues, restingas e dunas.

Neste ano, os dados atualizados e o histórico das cidades abrangidas pela Lei da Mata Atlântica podem ser acessados no hotsite ‘Aqui Tem Mata’, que será lançado nesta semana e apresenta de forma simples e interativa as áreas remanescentes de Mata Atlântica no país. Com opções de busca por localidade, mapas interativos e gráficos, a ferramenta está disponível para web, tablets e celulares, permitindo que os dados estejam acessíveis a qualquer usuário e possam ser reutilizados com finalidades de educação e defesa da proteção da floresta.

“A SOS Mata Atlântica lança o ‘Aqui tem Mata’ com o objetivo de tornar mais acessíveis os dados e o histórico das cidades abrangidas pelo Mapa de aplicação da Lei da Mata Atlântica. A partir de uma ferramenta de fácil visualização, qualquer pessoa poderá saber como seu município tem conservado o bioma mais ameaçado do Brasil. Ampliar o conhecimento sobre o assunto e torná-lo mais próximo do dia a dia é uma forma eficiente de incentivar a participação de todos na proteção do que resta de Mata Atlântica no país”, afirma Marcia Hirota, Diretora Executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.

Atualmente, a Mata Atlântica é a floresta mais ameaçada do Brasil, com apenas 12,5% da área original preservada.

O ranking de desmatamento do Atlas dos Municípios, com dados de 3.429 cidades brasileiras, é encabeçado pela cidade piauiense de Eliseu Martins, que teve supressão vegetal de 4.287 hectares (ha) no período entre 2013 e 2014. Por outro lado, outras duas cidades desse Estado, Tamboril do Piauí e Guaribas, lideram a lista das cidades mais conservadas, com 96% da vegetação natural. No recorte do período 2000-2014, a cidade campeã de desmatamento no Brasil é Jequitinhonha, no Estado de Minas Gerais, com 8.708 hectares desmatados. 

Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 29 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de 3 hectares (ha). “Foram anos de trabalho para que pudéssemos consolidar uma base temática (mapa) que permite atualizações anuais consistentes. A possibilidade de o cidadão comum poder acompanhar a dinâmica da cobertura florestal do município onde reside é, sem dúvida, a materialização de uma intenção que tivemos no passado”, afirma Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.

Planos municipais da Mata Atlântica

Um dos instrumentos mais eficientes para que os municípios façam a sua parte na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil é o Plano Municipal da Mata Atlântica, que reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica. Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, reforça que o plano traz benefícios para a gestão ambiental e o planejamento do município. “Os Planos Municipais da Mata Atlântica materializam as leis do bioma Mata Atlântica. Com novas competências de gestão ambiental, o PMMA é importante para desenvolver políticas de meio ambiente localizadas, pois é uma legislação que pactua com a própria comunidade local e a sociedade, diferentemente das demais leis do país”, afirma Mario.

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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