22/08/2023
Geral Região

MST permanece novas áreas ocupadas

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Da Redação, com informações da Assessoria do MST

Quedas do Iguaçu – Cerca de 700 famílias sem terra permanecem em áreas ocupadas na madrugada dessa terça-feira (09), em Quedas do Iguaçu. As famílias entraram nas fazendas Dona Hilda e Santa Rita. As duas áreas, com aproximadamente 2,3 mil hectares, fazem parte do mesmo título "Rio das Cobras”, que segundo o Movimento, foram griladas pela empresa.

No domingo (06), cerca de 450 famílias acampadas no Herdeiros da Terra de 1° de Maio, em Rio Bonito do Iguaçu, já haviam ocupado uma outra área denominada Guajuvira pertencente ao título Pinhal Ralo, também da empresa Araupel.

De acordo com o MST, as ocupações fazem parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, que neste ano traz o lema: “Mulheres na luta em defesa da natureza e alimentação saudável, contra o agronegócio”.

Como parte das ações da Jornada Nacional, cinco mil mulheres sem terra do Paraná, realizaram na terça (08) uma ação relâmpago, nas dependências da empresa Araupel, em Quedas do Iguaçu. LEIA AQUI

As trabalhadoras destruíram mudas de eucalipto e pinus para denunciar o modelo destrutivo do agronegócio e seus impactos para o meio ambiente, como por exemplo: a expansão da monocultura de pinus e eucalipto, que transforma as terras em um deserto verde improdutivo do ponto de vista da soberania alimentar.

O MST critica o "deserto verde" da monocultura de pinus e eucalipto. Segundo o Movimento, esse modelo destrói a biodiversidade do território, deteriora o solo, secam os rios, ocupando grandes extensões de terra. 
 

As mulheres também denunciam a apropriação ilegal de terras feitas pela Araupel. No final do ano passado a justiça federal anulou as matrículas de nove imóveis que estão sob domínio da empresa. Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a decisão mantém a empresa área apenas como usuária, mediante concessão de direito real de uso, isso significa que a Araupel está fazendo o papel de inquilina do imóvel e que, portanto, deve pagar pelo seu uso.

Outra preocupação das trabalhadoras sem terra é o descaso da reforma agrária na região Centro do Paraná. De acordo com o MST, nessa região há acampamentos com mais 18 anos. São mais de 3,5 mil famílias acampadas, sendo mais de 10 mil pessoas. No Paraná, são mais de 12 mil sem terra acampados em 80 áreas.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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