22/08/2023


Paraná Segurança

Quadrilha com 56 pessoas é presa suspeita de explodir caixas eletrônicos

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Da Redação com G1

Curitiba – O Departamento de Inteligência do Paraná (Diep), com apoio da Polícia Civil e Militar, deflagrou nesta quinta feira (24) a última fase da Operação Cangaço que desarticulou uma enorme quadrilha especializada em explodir caixas eletrônicos. Ao todo, nas três fases, 56 pessoas desta organização criminosa foram presas. Eles são suspeitos de roubar e explodir mais de 20 agências bancárias em diversas cidades paranaenses.

Nesta última fase, três foram presos e outros quatro estão foragidos. Mais de 100 policiais cumpriram ainda 23 mandados de busca em sete cidades do Paraná: Curitiba, Londrina, Telêmaco Borba, Ortigueira, Ponta Grossa, Imbaú e Mauá da Serra. Durante a ação policial foram apreendidos diversas armas, dinheiro, drogas, veículos utilizados nos roubos, além de grande quantia de dinheiro.

“O trabalho de inteligência das polícias resultou na prisão desta quadrilha que tinha mais de 30 integrantes e roubaram mais de 20 agências bancárias. A violência era uma das características desta organização criminosa. A audácia era tanta que eles fechavam as entradas das cidades para realizar os roubos. Acabou a farra desta quadrilha”, disse o secretário de Estado da Segurança Pública, Wagner Mesquita.

Segundo o secretário, a audácia era tanta que a organização criminosa recrutou um funcionário da prefeitura de Ortigueira, que operava retroescavadeira, para pilotar a máquina no momento dos roubos. A retroescavadeira era usada para destruir as agências bancárias e carregar os cofres. O trabalho de investigação durou oito meses até que fosse desarticulada toda a quadrilha.

“Pretendemos com essa operação finalizar a investigação contra essa organização criminosa de roubo a bancos. Os mandados de prisão e busca e apreensão foram solicitados para todos os locais que supostamente poderiam estar os integrantes dessa quadrilha”, afirmou o delegado-titular da cidade de Cianorte, Adão Vagner Loureiro Rodrigues. As prisões aconteceram em Londrina, Telêmaco Borba e Imbaú.

“Em Curitiba uma pessoa acabou detida em flagrante porque estava de posse de drogas e munição de uso restrito”, explicou o delegado da 10º Subdivisão de Londrina, Sebastião Ramos dos Santos Neto.

Todos os presos responderão pelos crimes de associação criminosa, associação para o tráfico, tentativa de homicídio, roubo, receptação, posse ilegal de arma e tráfico de drogas.

ESCONDERIJO 

Enquanto ocorriam as diligências, policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) receberam uma denúncia afirmando que o esconderijo das armas utilizadas nos crimes e ponto de encontro da quadrilha era em uma oficina localizada em Telêmaco Borba. Ao chegar no local o dono da oficina, Jeferson Cleverson Pereira, 35 anos, fugiu pelo telhado.

Durante a vistoria na oficina foi apreendida uma pistola 9mm e uma calibre 12. Quatro suspeitos que trabalhavam no local foram encaminhados para a delegacia e, logo após, foram liberados. A polícia já solicitou o mandado de prisão de Pereira e continua as investigações para prender o suspeito.

Participam da operação policiais civis das subdivisões de Londrina, Apucarana, além de policiais do Cope, do Diep, e militares dos batalhões de Londrina e Curitiba.

CANGAÇO I

A primeira fase da operação foi deflagrada no dia 21 de janeiro de 2016, quando 21 pessoas foram presas suspeitas de praticar 22 roubos a bancos e caixas eletrônicos. Foram apreendidas 15 armas, sendo uma submetralhadora, além de pistolas calibre 12 e 40 e também de outros calibres, além de carros, munições, farda camuflada, balança de precisão, uma grande quantidade de cigarros, celulares, pendrive, máscaras e computadores.

Em um dos roubos, a quadrilha utilizou uma máquina retroescavadeira para destruir a agência bancária. Entre os detidos estava um funcionário público da Prefeitura de Ortigueira, suspeito de operar a máquina.

A ação foi batizada como "Cangaço" numa alusão ao período de banditismo brasileiro ocorrido no Nordeste do Brasil nos anos 30 do século passado — na época liderado por Lampião. Mas, ao invés de andar pelas cidades em busca de justiça e vingança, as organizações criminosas hoje chegam às cidades e cometem crimes como roubo a banco.

Cristina Esteche

Jornalista

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