Da Redação, com AEN
Guarapuava – O azul lilás, o laranja e o amarelo tomam conta da paisagem de algumas regiões paranaenses nessa época do ano. É o período das floradas de árvores nativas como a Caroba, Corticeira e Guapuruvu, que enfeitam as cidades e o campo. Em janeiro, será a vez de desabrocharem as flores rosas da Paineira. Em Guarapuava, elas também pode ser apreciadas. Na Praça 9 de Dezembro, no Centro, a Corticeira exibe sua florada e chama a atenção pela beleza da cor.
Todas elas são espécies típicas da Mata Atlântica e têm grande potencial paisagístico e, por isso, são recomendadas para uso urbanístico em praças, bosques e jardins grandes. “São árvores de médio a grande porte, portanto, quando o uso for em área urbana, isso deve ser considerado no planejamento dos municípios”, alerta o engenheiro agrônomo do Instituto Ambiental do Paraná, Mauro Scharnik.
Em Curitiba, é possível observar a Caroba e a Corticeira, de clima mais ameno. Por causa da flor, a Caroba é muito confundida com o Ipê. Já a Corticeira é uma árvore que produz a flor laranja no formato de bico de periquito.
No Litoral, é o Guapuruvu que tem visual exuberante com suas flores miúdas de cor amarela . No entanto, essa espécie também é observada em outras lugares de clima quente do Estado, como Foz do Iguaçu, Paranavaí, Maringá e outros municípios.
Nas cidades ou no campo, além da beleza cênica, as árvores são fundamentais para refrescar o clima, ajudam a reduzir a poluição sonora e do ar e, também, servem de abrigo e alimento para animais, especialmente aves. “Os benefícios são muitos, mas se a escolha da espécie não for correta, ela pode se tornar um transtorno para o meio ambiente, no caso de espécies exóticas”, explica a diretora a diretora de Desenvolvimento Florestal do IAP, Mariese Cargnin Muchailh.
MUDAS
Com exceção da Corticeira, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) produz em seus viveiros mudas nativas do Guapuruvu, da Paineira e da Caroba, além de outras 80 espécies nativas, para atender a recomposição florestal de propriedades públicas e privadas no Estado.
“Para a recomposição de áreas degradadas sempre direcionamos as espécies de acordo com o bioma natural delas, mas também podem ser usadas como elemento paisagístico fora de suas áreas de ocorrência, por isso, as floradas também variam”, disse o agrônomo do IAP.
A variação de clima no Estado também interfere na florada. É o caso da paineira, que floresce em janeiro, mas pode ser encontrada florescendo até em junho, dependendo do lugar.
As mudanças climáticas também podem afetar as floradas, e cada espécie tem uma reação diferente ao aumento de chuvas, frio inesperado ou ondas de calor. “Além da alteração das floradas, perceptível, alterações importantes em processos ecológicos que não são tão visíveis, como a polinização, também podem acontecer nestes casos de mudanças climáticas”, disse Mariese.
A polinização feita por insetos como abelhas, por exemplo, é um serviço ambiental muito importante para a produção de alimentos. “Flores bem polinizadas produzem frutos de melhor qualidade, peso e sementes em maior número, e principalmente, para a manutenção da biodiversidade em áreas naturais” explica a diretora do IAP.
ADQUIRA MUDAS NATIVAS
Para adquirir mudas nativas basta entrar no site do IAP e clicar no ícone “Requerimento de Mudas Nativas”, ou se cadastrar diretamente no site www.sga.pr.gov.br.
Após preencher e enviar os dados, os requerimentos passam pela análise do Instituto. Após a aprovação do pedido, o requerente receberá um e-mail informando o viveiro que irá atendê-lo.
O solicitante deve imprimir duas guias do requerimento e levar até o viveiro para retirar as mudas e, claro, plantar.