22/08/2023
Educação Guarapuava

Docentes da Unicentro vão aderir à paralisação nacional de 15 de março

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Da Redação

Guarapuava – Professores da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) aprovaram a adesão à paralisação nacional que acontecerá no dia 15 de março. A parada acontece em menos de 10 dias após o início do ano letivo na Instituição.

O principal apelo da mobilização é contra a reforma da previdência, proposta pelo Governo Federal. A decisão dos professores aconteceu durante assembleia convocada pelo Sindicatos do Docentes da Unicentro (Adunicentro), na última terça (07), e divulgada nesta quinta (09). A assembleia também aprovou uma série de ações, incluindo, indicativo de greve em defesa do cumprimento da reposição anual da inflação sem o qual, a corrosão salarial se acumulará ao longo dos anos, podendo ser agravada pelo congelamento dos investimentos públicos por 20 anos. “O não cumprimento da data base também resultará no rebaixamento da média dos últimos salários com impactos acentuados na aposentadoria dos docentes”.

De acordo com a entidade, a assembleia debateu também a situação dos professores colaboradores. “A universidade adiou o início das aulas devido à não liberação de contratação de 109 docentes, por parte do governo do estado. Com isso muitas disciplinas dos cursos de graduação ainda estão sem professores”. Por causa dessa situação, a assembleia deliberou por um conjunto de ações que visa esclarecer a comunidade universitária sobre o impacto que a não contratação destes, resulta sobre as atividades da universidade. O corte do Tempo Integral e Dedicação Exclusive (TIDE) que afetam esses profissionais também fez parte da pauta.

Para esclarecer a comunidade das regiões de Guarapuava e Irati será realizada audiência pública para debater e dar ciência sobre os prejuízos que esses cortes resultarão sobre os serviços que a Unicentro presta nos municípios onde está inserida. Articulações com as demais Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) e junto à Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Estaduais do Paraná também serão desenvolvidas. 

A Meta-4 também entrou no debate. O Meta 4 é um sistema operacional de acompanhamento e controle do quadro de pessoal que, desde 2012, vem sendo implantado nos órgãos da administração estadual do Paraná, conforme estipula o Decreto 3.728/12.  Sendo assim, o controle de pagamentos fica centralizado no Governo do Estado. O problema é que os planos de carreira do governo se diferenciam dos planos de carreira das Universidades, processos simples de avanço de carreira podem perder agilidade. “Foi acordado em 2015, para pôr fim à greve, que as Universidades não seriam incorporadas ao Sistema Meta-4 e que a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e Universidade Estadual do Paraná (Unespar) seriam retiradas do sistema. A Secretaria de Estado da Ciência da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) chegou a implantar uma comissão para estudar a medidas necessárias para adequar a burocracia destas universidades ao modelo das demais IEES, mas nada foi cumprido”.  Neste sentido, a assembleia deliberou, por unanimidade, a elaboração de um documento a ser encaminhado ao Conselho Universitário (COU), solicitando que essa discussão seja pauta e se posicione sobre a autonomia da Universidade. "O COU reafirma a defesa da autonomia universitária. A Unicentro não se nega à transparência, entretanto, não pode aceitar que o Governo busque intervir em assuntos que não lhe dizem respeito".

De acordo com o Sindicato, a ação dos 14% que após a apresentação dos cálculos devidos a cada docente, o Estado impugnou os valores relativos ao índice de correção monetária, a entidade comemora a reversão judicial.  Quando o Estado impugnou os valores, a Adunicentro recorreu ao Tribunal de Justiça, já que o juizado em Guarapuava indeferiu o pedido, mas no dia 11 de fevereiro de 2017, o TJ  proferiu a decisão determinando o prosseguimento da ação executória quanto ao valor incontroverso calculado, de 90% do total de cada docente. “Diante destes fatos, não havendo mais nenhum recurso por parte do Estado, a categoria docente da Unicentro está próxima de ver reparado seu direito”.

Cristina Esteche

Jornalista

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