Bárbara Franco
Guarapuava – Há muito tempo os índios deixaram suas raízes de lado, para sobreviver em meio ao homem branco. A falta de alimento, o avanço das cidades em meio a mata e o domínio do homem branco às terras, obrigaram os indígenas a mudarem seus hábitos.
Em Guarapuava não é difícil de encontrar um índio. Eles podem ser encontrados vendendo seus artesanatos nos semáforos, de casa em casa e no Terminal Rodoviário, onde geralmente se instalam para dormir e comer. Como seu Valdeci Leopoldino e sua família, que moram em uma reserva indígena em Nova Laranjeiras e estão em Guarapuava há duas semanas vendendo seus artes como: filtro dos sonho e balaios de vários tamanhos, além de pinhão.
De acordo com seu Valdeci, a cultura indígena está se perdendo, e uma das poucas coisas que ainda cultivam entre si é a língua Kainkang. “Conversamos muito isso em família. Minha vó sempre lembra que antes nossos descendentes não usavam roupas. Hoje olho para meus filhos e vejo eles usando roupa”.
Os grupos indígenas que existem hoje, reivindicam também a reparação pela perda de suas terras, muitas tomadas pelo branco. Valdeci lembra também que o Dia do Índio vai além da comemoração da data, mas sim um dia de luta. “Lutamos todos os dias, contra o preconceito, a fome, a desigualdade”.
Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego e a principal renda vem do artesanato. “Muitas vezes passamos fome, frio. A gente sente muita essa dificuldade de viver na cidade”, contou Gabriel Paulino, que vive em uma aldeia indígena em Ivaí.
Na região de Guarapuava há várias tribos indígenas. Só na cidade de Nova Laranjeiras, há seis tribos de duas etnias Kaingang e Guarani, e em Turvo e Inácio Martins também há reserva indígena.
Índio Kainkang, Gabriel Paulino