22/08/2023
Cotidiano

Rosa de Saron fala sobre o atual momento do rock cristão no Brasil

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De passagem por Guarapuava, banda comenta o novo trabalho “Horizonte Distante”

Guarapuava – Após vender 500 mil cópias do CD e DVD “Acústico e Ao Vivo”, lançado em 2008, a banda de rock cristão, Rosa de Saron, está agora na estrada divulgando seu último trabalho de estúdio “Horizonte Distante”, lançado ano passado.

A turnê – que tem, por enquanto, oito datas agendadas até março e passou por Guarapuava na última terça-feira – marca a volta das guitarras nas apresentações da banda. Os shows também se destacam por contar com um complexo jogo de luzes, além da utilização de telões, apresentando uma produção de primeiro nível se levarmos em conta o padrão apresentado pelas bandas nacionais.

O novo disco

“‘Horizonte Distante’ foi um álbum difícil de ser produzido devido à falta de tempo. Chegávamos ao estúdio com a música pronta e tínhamos pouco tempo para gravar. Às vezes, as sessões eram realizadas durante a noite”, comenta o vocalista Guilherme Sá, que também trabalha como produtor dos discos do Rosa de Saron desde 2004.

Ele também analisa as características do novo trabalho da banda. “O álbum está ‘antenado’ com o que de mais moderno vem sendo feito fora do Brasil. Também procuramos dar mais ênfase na voz em detrimento do instrumental, seguindo uma tendência da música atual”, afirma.

Sá também comenta as mudanças pelas quais o som do Rosa de Saron passou ao longo dos anos. Fundada no final de década de 1980 em Campinas, os primeiros álbuns da banda apresentavam uma nítida inclinação ao Hard Rock e ao Heavy Metal, contrastando com o som apresentado pelo Rosa de Saron em seus últimos trabalhos. “Modernizamos-nos com o passar dos anos. Procuramos produzir cada álbum de forma distinta do anterior”, destaca o músico.

Ele acrescenta ainda que a evolução na técnicas de gravação contribuiu para moldar o som da banda. “As tecnologias de áudio e estúdio se desenvolveram muito. O que havia de mais moderno no começo dos anos 1990, hoje é facilmente superado por produções realizadas em home-studios. Por isso é tão importante estar atualizado com o que é produzido no momento”, comenta.

Abrindo portas

Após 22 anos de estrada, o Rosa de Saron experimenta um momento inédito em sua carreira. Em 2008, a banda se tornou a primeira do meio cristão a ter um trabalho distribuído por uma grande gravadora. Com a divulgação da banda através Som Livre – tendo, inclusive, comerciais veiculados na Rede Globo – o Rosa de Saron conseguiu um desempenho comercial inédito para uma banda do gênero com “Acústico e Ao Vivo”, atingindo um público muito maior do que o habitual. A partir disso, a banda passou a ter suas músicas executadas em rádios de todo o Brasil.

“Alguém precisa abrir as portas, e quando elas se abrem isso acontece para todos”, comenta Sá, destacando que na opinião dele o sucesso do Rosa de Saron serve para abrir espaço para outras bandas cristãs. “Apesar disso, procuramos atingir os jovens em geral, não tentamos ficar restritos as paróquias, mesmo sendo uma banda católica”, comenta o baixista Rogério Feltrin.

Para ele, o rock cristão vive um momento positivo. “Tem surgido novas bandas e a fase é muito boa. Isso é muito importante, já que a música nacional tem se caracterizado pela banalização dos temas e perda do conteúdo presente nas letras”, opina Feltrin.

Cleyton Lutz – Rede Sul de Notícias

Foto: banda durante apresentação realizada em Guarapuava na última terça-feira (2) (arquivo/Rede Sul de Notícias)

Cristina Esteche

Jornalista

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