Cristina Esteche
Guarapuava – Administrar uma cidade do porte de Ponta Grossa, que logo chegará a 400 mil habitantes, é uma grande responsabilidade. O atual cenário do país é de crise econômica e instabilidade política, de forma que todo gestor vem precisando encontrar caminhos e alternativas para manter uma administração sólida, com a confiança da população. A afirmação é feita pelo prefeito Marcelo Rangel (PPS) ao avaliar o atual momento do município que administra.
Disputando a prévia dentro do PPS, junto com Cesar Silvestri Filho, prefeito de Guarapuava, visando uma pré-candidatura à sucessão no Palácio Iguaçu, Marcelo Rangel vê o Paraná como um grande desafio. “Eu fico à disposição do meu partido e seria uma grande honra concorrer ao Governo do Estado. Nós temos realmente um grande desafio pela frente. O desafio começa em apresentar as nossas ideologias, as nossas ideias, nossos exemplos e os nossos ideais para que tenhamos um país melhor e um Estado mais promissor”.
Para isso, o prefeito de Ponta Grossa, quer apresentar o know-how da sua administração. “Quero apresentar as ações tomadas no município em nível estadual, debater o Paraná e nossos desafios”.
A lição começa em casa. Segundo o prefeito, diante de um cenário nacional de crises nas áreas política e econômica, a gestão pública tem se mostrado um grande desafio, com obstáculos, principalmente financeiros, a serem driblados. Segundo Marcelo Rangel, para garantir os serviços essenciais aos pontagrossenses, nas áreas de saúde, educação e também investimentos em infraestrutura, 2017 começou com o grande objetivo de alcançar a ‘justiça fiscal’. Foi tomada uma série de medidas, todas prevendo apenas a cobrança de forma mais eficiente, sem o aumento de nenhum imposto para o cidadão. A reestruturação da Dívida Ativa, foi uma das alternativas encontradas e, segundo Rangel, está garantindo a recuperação de valores através da execução fiscal e do protesto. “Apenas em busca de diminuir a inadimplência e garantir a regularização das dívidas dos contribuintes, conseguimos aumentar em quase R$ 12 milhões a receita no primeiro semestre deste ano, em comparação com os seis primeiros meses de 2016”.
DECISÕES PREVENTIVAS
Prevendo um segundo semestre difícil, não só para Ponta Grossa, mas para os municípios brasileiros, com a previsão da queda de receitas próprias, Ponta Grossa toma decisões inéditas, segundo Rangel, como o pagamento da primeira parcela do 13º salário no mês de julho, como forma de garantir o benefício dos servidores. “Não temos nenhuma garantia de como estará a economia e nossos recursos no final do ano. Apesar da instabilidade e queda dos repasses, conseguimos realizar este ano a entrega de seis CMEIs e uma escola, todos em tempo integral, garantindo educação de qualidade e gratuita para diferentes bairros da cidade”. De acordo com o prefeito, o setor de infraestrutura também não parou de receber obras. “Só neste ano, realizamos a entrega de quatro campos Society, entregamos a ligação interbairro Ronda – Estrela e estamos com mais de 50 obras em andamento”.
Para Marcelo Rangel, gerir um município em tempos de crise vem se mostrando um grande desafio, com difíceis decisões pelo caminho. “Mas vamos seguir trabalhando em nome da nossa população, dando prioridade a suas necessidades e sempre colocando a ética e a transparência à frente de todas nossas ações”.
O MAIOR PARQUE INDUSTRIAL DO INTERIOR
Com um parque industrial que abriga mais de 1,2 mil empresas – o que lhe vale o primeiro lugar no ranking do interior do Paraná – Ponta Grossa segue a passos largos. De acordo com o prefeito Marcelo Rangel, desde 2013 foram viabilizadas a instalação ou ampliação de quase 40 indústrias na cidade. “O Parque Industrial de Ponta Grossa hoje é o maior do interior do Estado – e os índices comprovam este crescimento. Nos últimos cinco anos a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) cresceu 69%, e o parque industrial gera um valor adicionado de R$ 4,6 bilhões por ano na economia do município. Com isso, somos o terceiro maior gerador de valor adicionado do Estado do Paraná. Outro ponto principal que gosto de destacar é a geração de empregos, já que, considerando que cada emprego direto na indústria gera pelo menos quatro indiretos, o recente processo de industrialização da cidade resultou cerca de 19 mil vagas no mercado de Ponta Grossa”.
Mas quem pensa que os investimentos param por aí está enganado. Há pelo menos mais R$ 500 milhões de investimentos garantidos para a cidade. “Além das ampliações das empresas já existentes, agora que temos grandes indústrias, as suas subsidiárias estão sendo atraídas. Afinal, quanto mais perto a matéria-prima e a peça estiverem das grandes montadoras, mais prático e lucrativo fica o negócio. Também estamos desenvolvendo dois projetos de fomento: o Plano Municipal de Atração de Investimentos, que está identificando as nossas potencialidades e desenvolvendo projetos para apresentar a empresários, e o mapeamento do ecossistema de inovação, que irá desenvolver a área tecnológica do Município”.
TURISMO REGIONAL EM ANDAMENTO
Outro nicho em desenvolvimento nos Campos Gerais, tendo Ponta Grossa como município indutor é o turismo. O projeto envolve também os municípios de Castro e Carambeí. Segundo Marcelo Rangel, se fala em turismo, no impacto na economia local que a vinda de turistas representa, não se pode apenas pensar isoladamente no município de Ponta Grossa. “Como a nossa vice e presidente da Fumtur [Elizabeth Schmidt] sempre fala, precisamos ser Campos Gerais. A região, enquanto potencial turístico, é muito mais forte que qualquer cidade isolada. Temos hoje à frente da Fumtur uma profissional apaixonada pelo turismo e comprometida com o desenvolvimento desse setor, enquanto movimentador da nossa economia”. Segundo Rangel, no início desse ano, foi articulado o Fórum G11, um grupo que reúne 11 municípios do Paraná, incluindo Guarapuava, para pensar em estratégias e ações que possam ser desenvolvidas localmente. “Temos trabalhado diariamente para fortalecer o nosso turismo e o da região, atraindo cada vez mais turistas de fora para conhecer nossos atrativos, bem como garantir o apoio necessário a nossa rede turística, oferecendo uma boa estrutura hoteleira, de transporte e gastronomia”.