22/08/2023
Geral Guarapuava

Protótipos de cerveja e iogurte para diabéticos dão prêmios a pesquisadores

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Da Redação

Guarapuava – Ideias inovadoras decorrentes de projetos de pesquisa e inovação tecnológica estão sendo colocadas em prática por acadêmicos na iniciação científica e tecnológica, mestrandos e doutorandos em diferentes programas da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), vem conquistando prêmios em diferentes eventos. O primeiro deles foi num internacional do Profnit, evento oficial do mestrado profissional de propriedade intelectual e transferência de tecnologia em rede nacional, realizado em Salvador (BA). O segundo, na Feira de Ideias, em Guarapuava com o primeiro e segundo lugar.

Orientado pelo biomédico Dr. Carlos Ricardo Maneck Malfatti, o grupo composto por 15 pessoas, há mais de sete anos, iniciou a pesquisa que resultou em dois produtos: cerveja artesanal, intitulada “Camponesa”, com propriedades já comprovadas em estudos pré-clínicos, mostrando atividade significativa antidiabética, bem como um “Iogurte” enriquecido com bioativos de importância clínica comprovada, ainda sem definição de nome comercial.

Mas o que chama a atenção nos dois produtos, oriundos da exploração de uma patente depositada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), é a matéria-prima utilizada: o alecrim do campo (nome popular).

A pesquisa inicial, entretanto, em 2012, segundo o orientador, visava tratar inicialmente a obesidade por meio do extrato de Alecrim do Campo, mas acabou mudando de rumo. “ Foi um acidente científico”, diz  Malfatti. Segundo ele, ideias geniais acabam sendo exploradas de início como uma promessa, e quase sempre acabam desencadeando outros desdobramentos, e direcionamentos para outros fins.

“Quando começamos a pesquisa com o “Alecrim do Campo” identificamos que o efeito de redução de gordura visceral era inferior ao efeito hipoglicemiante, o que despertou a curiosidade e futuras ações para testes em modelos de Diabetes”. De acordo com Malfatti, o passo seguinte foi estudar o efeito do alecrim do campo em ratinhos diabéticos e chegou-se a uma fórmula de como extrair bioativos, que são substâncias presentes na planta, para observar a concentração ideal desses extratos em estudos in vitro (células de pâncreas isoladas), pré-clínicos em modelo animal (ratinhos diabéticos), histopatologia (efeitos em diferentes tecidos e órgãos alvo acometidos pela patologia Diabetes), toxicologia e, por fim, a aplicação em humanos saudáveis. Essa etapa foi anterior a proposição de produto para promoção de saúde aos pacientes diabéticos.

“Atualmente estamos com a fórmula para extrair o princípio ativo, a concentração certa e a apresentação disso como dois produtos: a cerveja artesanal e o iogurte (enriquecidos com bioativos de interesse para prevenção e coadjuvante no tratamento do Diabetes) com atividades biológicas comprovadas em diferentes estudos e artigos internacionais publicados pelo grupo de pesquisa Biomed (Laboratório de Biotecnologia e Ciências Biomédicas) da Unicentro.

De acordo com o biomédico e orientador, como a Unicentro legalmente não pode abrir uma cervejaria e não possui recursos para a produção de iorgurte em larga escala, a ideia é pegar o protótipo e transferir para a iniciativa privada. “Já temos empresários interessados”, antecipa.

 

 

 

“Quando começamos a pesquisa com o alecrim do campo chegamos a uma substância de redução de gordura com efeito hipoglicemiante e despertou a curiosidade”. De acordo com Malfatti, o passo seguinte foi estudar o efeito do alecrim do campo em ratinhos diabéticos e chegou-se a uma fórmula de como extrair bio-ativos, que são substâncias presentes na planta, para observar a concentração ideal desses extratos em estudos pré-clínicos in vitro (células isoladas), histopatologia, toxicologia e, por fim, a aplicação em humanos saudáveis. Essa etapa foi anterior ao diabéticos.

“Atualmente estamos com a fórmula para extrair o princípio ativo, a concentração certa e a apresentação disso com dois produtos: a cerveja artesanal que ajuda na prevenção contra o diabetes e o iogurte com atividades biológicas que também beneficiam os diabéticos”.

De acordo com o biomédico e orientador, como a Unicentro não pode abrir cervejaria e não possui recursos para a produção de iorgurte em larga escala, a ideia é pegar o protótipo e transferir para a iniciativa privada. “Já temos empresário interessado”, antecipa.

PESQUISADORES

Participam do projetos o doutorando em Farmácia Ricardo Pereira, a engenheira de alimentos e bolsista de iniciação científica Isabela Palhando, a mestranda em Farmácia  NIlane Françoise Patel, além de Daniel Zanardini Fernandes, Felipe Natanael Coelho Vaz, Nicollas Eduardo Oliveira. Todos com orientação do biomédico Carlos Roberto Malfatti.

 

 

 

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Cristina Esteche

Jornalista

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