Ela leva na bagagem o seu talento e faz a sua estreia na telona protagonizando um curtametragem.
A atriz guarapuavana Dody Sanman embarca nesta quarta feira (24) para o Rio de Janeiro onde inicia as gravações do filme Paixão por Nikity, com roteiro e direção do também guarapuavano Alex Tietre.
Nascida no meio de uma família humilde onde a maior riqueza é a arte – “herança da nossa mãe” – Dody Sanman descobriu o seu talento por acaso. “Minha irmã Rita [Felchak] trabalhava na Casa da Cultura com teatro. Umdia ela ensinando interpretação à uma menina e eu ficava dizendo pra ela mandar de um jeito e de outro. Acabei ganhando o papel”. Essa foi a deixa para que a guarapuavana nunca mais deixasse os palcos.
Unindo a sensibilidade ao talento, Dody Sanman – nome espiritual que lhe foi dado na Índia quando seguia a filosofia de Osho – já incorporou cerca de 150 personagens, a maioria dentro da comicidade. O único drama foi o clássico contemporâneo de Beckett, Esperando Godot, onde fez Estragon, o mendigo que protagoniza o principal personagem da peça. “Foi um papel difícil”.
Mas é de desafios que vive a artista. O maior deles, entretanto, foi a decisão tomada junto com Rita, David, Jisele e Daiana, de largar o emprego “engessado” para viver de arte, nascendo então a Companhia de Teatro Arte e Manha, hoje Felchak Produções. “Às vezes eu pensava: Meu Deus somos loucos, porque não é fácil passar o chapéu na rua, mas estamos aqui e somos felizes”.
Aliás, o amor, a felicidade, a parceria, a humildade, a natureza são as coisas que mais encantam Dody Sanman. “Eu posso estar numa reunião, mas se ouvir o canto de um pássaro, ver o voo de uma borboleta, o canto de um passarinho, eu já passo a prestar a atenção nisso. São essas coisas que me encantam”, assim como cuidados dos animais abandonados.
E é justamente essa sensibilidade que a atriz dá vazão quando está criando um personagem. “Observo tudo o que está à minha volta: o comportamento das pessoas, os trejeitos, essas coisas”.
Mas não pense que o talento está apenas nos palcos ou nas ruas. Ele explode também nos momentos de criação, nos bastidores, quer seja maquiando um personagem, confeccionando um adereço, costurando uma peça do figurino, fazendo e dando vida a bonecos.
“Eu sou assim, uma pessoa tímida, sensível, até certo ponto, insegura que ama fazer teatro, principalmente, para pessoas que não tem acesso à cultura. Amo fazer teatro na rua, no interior”.
E você acha que acabou? Dê uma tela, tintas e pincéis e nova obra de arte vai surgir. Pelas mãos de Dody Sanman, o simples se torna grande sendo capaz de emocionar, de se surpreender e arrancar aplausos.