22/08/2023
Esportes

Um mês após a morte de Robson, Prefeitura se preocupa com reforma do piso

Da redação –  No dia em que completou um mês da morte do jogador Robson Rocha, nesta quarta-feira 7, o secretário municipal de Esportes, Pablo Almeida, tinha uma única preocupação: liberar o ginásio Joaquim Prestes para retirar o piso de madeira, responsável pela morte do atleta. A exemplo do que aconteceu nos primeiros momentos do acidente, quando a Prefeitura levou mais de 50 horas para se pronunciar sobre o caso e até o hoje o prefeito Fernando Ribas Carli não emitiu um comentário sequer, não houve nenhuma referência oficial por parte da Administração Municipal.
Robson jogava pelo Deportivo Guarapuava contra o Jundiaí (SP) em partida válida pela “Copa 200 Anos”. Nos primeiros minutos da partida, ao dar um carrinho ele foi atingido por uma lasca de madeira que se desgrudou do assoalho, perfurando da virilha até o intestino. Ele morreu no hospital com hemorragia intensa.
Apesar de seguidas tentativas, a Secretaria de Esportes está impedido legalmente de fazer qualquer modificação no piso. O Ministério Público decidiu manter a interdição do ginásio até que o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) realize uma perícia ou nomeie um perito particular.
Por conta da pressa, a Secretaria chegou a contratar um piso provisório, que já está à disposição para ser colocado, e programou a substituição definitiva por um assoalho emborrachado, voltando ao sistema antigo.
Em 2006, ano eleitoral, o “Joaquinzão” sofreu uma ampla reforma, calculada em mais de R$ 300.000,00, a maior parte investida na colocação do assoalho de madeira. Na época, a obra foi anunciada pela Prefeitura como um exemplo de “eficiência administrativa” e serviu para cunhar a marca da “Era Carli” como o ginásio “mais moderno do Brasil”.
Hoje, o atual secretário de Obras, Francisco Silvério, o Chiquinho, afirma que o piso, o exemplo de “eficiência administrativa”, está condenado. Para reparar o erro de 2006, a Prefeitura deverá investir cerca de R$ 150.000,00, que é o valor do novo piso.
A “Copa 200 Anos” integrava um projeto político da Prefeitura para 2010, que, tal como 2006, é um ano eleitoral. Diversas ações da Administração Carli estão direcionadas para este caminho. Na reforma anterior, o candidato era o filho mais velho do prefeito Fernando Ribas Carli, o ex-deputado estadual Fernando Carli Filho. Agora, o filho mais novo, Bernardo, é pré-candidato ao mesmo cargo, já que o primogênito teve que renunciar ao cargo após se envolver no acidente que vitimou dois rapazes em Curitiba.
A combinação desses fatos ganha contundência nas ações da própria Prefeitura. Tudo está direcionado para os 200 anos, que é um projeto unilateral do prefeito, com apoio da maioria que ele mantém na Câmara de Vereadores, de tornar o ano de 1810 como referência do aniversário da cidade, abandonando a data de 1819, como historicamente é comemorado há décadas.
Com base nisso, a Prefeitura chegou a adotar um novo slogan: “Guarapuava 200 anos – pronta para o futuro”, que esconde um conjunto deações a serem deflagradas com o objetivo de criar na população uma sensação de “desenvolvimento”.
Nas ações práticas, porém, não é isto o que se vê. Carli ficou um mês sem aparecer em público, desde o acidente com o jogador Robson. Nos dias seguintes ao episódio, Carli entrou com um pedido na Câmara para se ausentar do Brasil sem necessidade de aviso ou autorização prévia. Ele só foi visto nesta quarta-feira, num evento no Calçadão da Secretaria da Saúde, alusivo ao Dia Mundial da Saúde, coincidentemente acompanhado de seu filho pré-candidato.
O que isto tem a ver com o ginásio de esportes? A pergunta na verdade é outra: o que uma mudança de data de aniversário tem a ver com o Joaquinzão? Nada justifica tanta pressa em substituir o assoalho, sem que antes todas as informações indispensáveis ao inquérito sejam coletadas, afirmam advogados consultados pela “Rede Sul”, lembrando que a investigação refere-se a um acidente com morte, o que não é um “simples acidente”.

Promotora diz que Pablo pediu aliberaçao do Joaquinzão

A promotora Bianca Malachine que interdiotu o Joaquinzão disse hoje (7) que recebeu novo oficio do secretário municipal de Esportes Pablo Ameida solicitando a liberação da quadra para a  colcoação do piso temporário, sem mesmo a perícia do CREA.

De acordo com a promotora, Pablo tentou comprovar a qualidade do piso ao dizer qu se trata do mesmo material utilizada pela seleção brasileira de futsal. Disse também que o piso será sobreposto ao antigo.

"Não vamos liberar o ginásio sem a vistoria e o laudo do CREA", enfatizou apromotora à Rede Sul de Notícias.

O chefe de gabinete do CREA Paraná, Everson Aranda disse que um engenheiro deverá vir a Guarapuava nos próximos dias para fazer a perícia solicitada pelo Ministério Público.

A tentativa de Pablo almeida liberar a reforma do Joaquinzão em a perícia do CREA já é a segunda. A primeira aconteceu na segunda-feira (29) quando o secretário encaminhou o primeiro ofício ao MP.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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