22/08/2023
Segurança

Três ex-diretores da Assembleia são presos em Curitiba

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Da redação – Três ex-diretores da Assembleia Legislativa do Paraná (AL), Abib Miguel (diretor-geral), José Ary Nassiff (administração) e Cláudio Marques da Silva (Recursos Humanos), foram presos em caráter temporário, na manhã deste sábado (24) pelo Gaeco (Grupo de atuação especial de combate ao crime organizado). Outras sete pessoas, com alguma ligação com a Assembleia, também foram detidas suspeitas de envolvimento no esquema de desvio de dinheiro da Casa.

Ação, denominada de Operação Ectoplasma I, teve início às 4 horas da manhã. Foram cumpridos os dez mandados de prisão e nove mandados de busca e apreensão, em Curitiba, Região Metropolitana e Litoral. Cerca de 50 pessoas, entre promotores de Justiça e policiais civis e militares de Curitiba, Guaíra, Foz do Iguaçu, Londrina e Cascavel, participaram da operação.

As prisões foram pedidas pelo Gaeco e decretadas pelo juíz Aldemar Sternedt, da Vara de Inquéritos Policiais. De acordo com o promotor, Leonir Batisti, coordenador do Gaeco no Paraná, as prisões temporárias foram pedidas para facilitar as investigações. O diretor geral da Assembleia foi preso em casa na manhã deste sábado. Abib Miguel foi levado sem algemas para a sede do Gaeco. Na casa dele, os policiais encontraram sacos de lixo cheios de documentos destruídos e uma máquina de picotar papel.

Na casa de Cláudio Marques da Silva a polícia apreendeu seis armas e munição de uso restrito. Por isso, além de já ter prisão temporária, ele foi detido em flagrante, por posse de arma de fogo não registrada. No total foram apreendidos cerca de R$ 250 mil em dinheiro, seis armas de fogo e 73 veículos.

Também foram presos João Leal de Matos, funcionário da Assembleia lotado na Diretoria Geral, e pessoas a ele relacionadas: Iara Rosane da Silva Matos (esposa), Jermina Maria Leal da Silva (irmã), Nair Terezinha da Silva Schibicheski (cunhada), Priscila da Silva Matos (filha), Vanilda Leal (sobrinha), Maria José da Silva (sogra). As agricultoras Jermina e Vanilda foram mostradas pela série Diários Secretos. Em contas no nome delas foram depositados R$ 1,6 milhão em cinco anos. As duas agricultoras afirmaram nunca terem trabalhado na AL e que sobrevivem com o que ganham do Bolsa Família.

Segundo Batisti, as prisões temporárias foram decretadas por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Os detidos são suspeitos desvio de dinheiro público (peculato), formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.

Em nota, divulgada no início da tarde deste sábado, a Assembleia Legislativa do Paraná afirmou que tem colaborado com as investigações do Ministério Público e que todos os pedidos de informações e entrega de documentos foram atendidos. Quanto a prisão dos ex-diretores, a nota limita-se a dizer que as decisões judiciais tem de ser cumpridas. “Decisões da Justiça tem que ser respeitadas, acatadas e cumpridas. A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná continuará cumprindo seu papel e colaborando com as investigações”, informou a nota.

Na sexta-feira o Ministério Público havia pedido à Justiça o bloqueio de R$ 23 milhões em bens desses três ex-diretores. Eles foram afastados seus cargos após o início da série de reportagens “Diários Secretos” realizada pela Gazeta do Povo e RPC-TV.

Fonte: Gazeta do Povo

Foto: Abib Miguel, ex-diretor geral, foi preso em casa na manhã deste sábado durante operação Ecotoplasma I (Gazeta do Povo)

Cristina Esteche

Jornalista

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