22/08/2023
Segurança

Criminalística comprova que piso do Joaquinzão tinha rachaduras

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Da redação – A suspeita que vinha sendo levantada pela Rede Sul de Notícias desde o dia da morte do jogador do Guarapuava Futsal, Robson Costa (foto), foi confirmada pelo laudo da Polícia Científica. O piso da quadra do Ginásio de Esportes Joaquim Prestes apresentava rachaduras por não ter sido  colocado adequadamente.

Na noite de 7 de março deste ano, no jogo válido pela Copa Guarapuava 200 anos uma lasca do piso se soltou e feriu mortalmente o jogador. Esta não foi a primeira vez que um acidente aconteceu na mesma quadra do Joaquinzão. Duas ocorrências anteriores foram reveladas após a morte do jogador sem que a Prefeitura tivesse tomado quaisquer providências. "Desconheço esses acidentes", limitou-se a dizer o secretário municipal de Esportes Pablo de Almeida à época.  O prefeito Fernando Ribas Carli até hoje, quase dois meses após a morte do jogador, não se pronunciou sobre o assunto.

O Alcebíades Rodrigues Neto, um dos quatro técnicos que avalizaram o laudo pericial, disse que o piso apresentava fissuras que podem ocasionar um acidente. "Não posso afirmar se houve falta de informação por parte da empresa montadora ou se foi falta de vistoria prévia na quadra, mas aconteceram fissuras nas táboas do piso", afirmou.

De acordo com o perito, essas fissuras estão presentes em vários pontos da quadra do Joaquinzão. Outra falha apontada pelo laudo é a inoperância da empresa montadora na colocação do piso provocando sobrecarga e rachaduras.

"Houve falha na montagem e com certeza ocoasionou uma sobrecarga no piso". disse. Alecbíades, porém, observa que esta não foi a causa principal do acidnete que matou o jogador Robson Rocha, mas pode ter contribuído", diz.

A reforma no piso do Joaquinzão aconteceu em 2006 poucos dias antes das eleições para deputado e serviu como cenário da campanha do ex-deputado estadual Fernando Carli Filho. Revitalizado para ser um dos "mais modernos do Paraná " e custou aos cofres públicos entre R$ 120 mil e R$ 170 mil. O laudo do Instituto de Criminalística, porém, comprova que modernidade não é sinônimo de eficiência e um jogador pagou com a vida por essa ineficiência.

Cristina Esteche

Jornalista

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