A retirada da pauta do projeto de lei que trata da reposição dos salários dos servidores públicos estaduais, na Assembleia Legislativa do Paraná, provocou a intervenção do presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), junto à governadora Cida Borghetti (PP). Pressionado pela categoria, que lotou o gabinete, Traiano pediu a Cida que retome a negociação. Porém, de acordo com a assessoria da governadora, as negociações com os servidores são permanentes, com “diálogo franco e transparente”.
Segundo a assessoria, em contato com o Portal RSN, o propósito da governadora foi de destravar a discussão sobre o reajuste, congelado pelo ex-governador Beto Richa.
“A questão será tratada tecnicamente, sem politização”, disse o Governo do Estado. Entretanto, o que o Estado pode garantir é 1% de reajuste.
“É o índice que não afeta a lei de responsabilidade fiscal e nem o acordo feito com a União para alongamento da dívida do Estado. Caso seja descumprido a multa é de R$ 1,9 bilhão”.
A pauta pode até ser retomada nesta quarta (11), como sugere Ademar Traiano, mas o índice continuará a ser 1%. “Não tem mágica”, diz o Governo. De acordo com a App Sindicato, entidade que representa a categoria, porém, a defasagem salarial dos servidores é de quase 12%, acumulada nos últimos três anos. São 310 mil servidores, entre servidores ativos, inativos e pensionistas
Uma emenda a esse projeto de lei, prevê reajuste de 2,76%, o mesmo índice concedido a funcionários do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público, Defensoria Pública e Assembleia Legislativa, já aprovado em pelos deputados estaduais na segunda (9), em duas votações.
A governadora anunciou nessa terça (10) que vetará o reajuste salarial de 2,76% para servidores de cinco órgãos do estado. O ato deve ser formalizado hoje (11). Questionada pelo Portal RSN sobre os 2,76% para os demais órgãos do Estado, como Procuradoria, Ministério Público, e outros, durante a sua ida ao município de Pitanga, na semana passada, a governadora preferiu não manifestar, limitando-se a responder que estava atrasada.
Cida propôs reajuste de 1% a servidores do Executivo, justificando que este é o índice possível indicado por técnicos da Secretaria da Fazenda, o mesmo valor que ela pretende aprovar aos demais órgãos.