22/08/2023
Guarapuava Segurança

Em depoimento, pai de Tatiane diz que ela não tinha comportamento suicida

Fala do pai refuta o que disse Luís Felipe Manvailer. Em depoimento, professor afirmou que a esposa teria pulado da sacada

Suspeito de ter matado a esposa, Luís Felipe Manvailer está preso na PIG (Foto/Reprodução: Facebook)

O pai da advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, prestou depoimento ao delegado Bruno Miranda durante a tarde desta quinta feira (26), na sede Polícia Civil, em Guarapuava. Ontem (25), havia uma previsão de que ele pudesse conversar com a polícia, porém, por ainda estar muito abalado pela morte da filha, essa sessão foi transferida para hoje.

Leia também
OAB Guarapuava acompanha inquérito sobre morte de Tatiane
Polícia Civil solicita exames para apurar possível morte de advogada por asfixia

O pai da guarapuavana, que faleceu no último domingo (22), foi acompanhado pelo advogado Gustavo Scandelari, do Escritório Professor René Dotti, de Curitiba. O escritório foi contratado para auxiliar na acusação no caso Tatiane. O principal suspeito pela morte da advogada é o professor universitário Luís Felipe Manvailer, marido da vítima. Ele está preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG).

De acordo com Gustavo, em entrevista ao Portal RSN, o depoimento do pai foi “comovente e seguro”. Ao delegado Bruno, ele afirmou que Tatiane era uma pessoa “muito feliz, alegre e que nunca teve nenhum comportamento depressivo e muito menos suicida”. A fala do pai refuta o depoimento de Luís Felipe, que disse à polícia que Tatiane teria pulado da varanda do apartamento onde moravam, no 4º andar de um prédio na região central de Guarapuava.

Gustavo Scandelari, advogado da família de Tatiane, descarta a possibilidade de suicidio (Foto: Cristina Esteche/RSN)

Ao delegado, o pai disse também que, há algum tempo, Tatiane vinha tentando se separar de Manvailer, porém, ele recusava. A esta reportagem, o advogado da família, Gustavo, confirmou que o pai também informou ao delegado que o professor universitário se tornou agressivo com a advogada, de forma verbal. Até o momento não haviam registros de violência física contra ela, por exemplo.

POSICIONAMENTO

Assim como o pai, o advogado da família de Tatiane descarta qualquer possibilidade da advogada ter se jogado da varanda, como alega Manvailer, devido a estrutura do local. Segundo ele, no prédio, há um parapeito e, se Tatiane tivesse se jogado, ela precisaria escalar a estrutura.

Se ela tivesse tido essa iniciativa e ele quisesse ter impedido, teria dado tempo dele tê-la segurado.

RELACIONAMENTO

Segundo Gustavo, Tatiane e Luís Felipe se relacionavam há cinco anos. Logo após se conhecerem, foram morar na Alemanha, onde passaram três anos. Em seguida, voltaram para Guarapuava e passaram a morar no prédio onde o possível crime ocorreu. O pai de Tatiane disse ao delegado que, após voltarem para Guarapuava, ela não estava mais satisfeita com o relacionamento. Com o depoimento do pai, a polícia também deve investigar, agora, se a advogada já sofreu algum outro tipo de agressão.

“Tudo isso torna crível que se trata de um crime”, afirmou o advogado Gustavo.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.