Uma decisão do juiz José Augusto dos Reis de Macedo, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), pode aumentar os custos das campanhas no Estado, mesmo as de menor estrutura, em mais de R$ 500 mil. Na segunda feira (20), o magistrado definiu que os programas eleitorais devem ser distribuídos para as geradoras de TV do estado em mídias físicas (a chamada XDCAM, suporte específico exigido pelas emissoras), em vez de digitalmente, via nuvem de dados, como reivindicavam os partidos.
Para isso, as campanhas precisarão adquirir esses discos ópticos exclusivos, que podem custar de R$ 100 a R$ 500 no varejo. Cada programa deve ser gravado individualmente em uma dessas mídias, que por sua vez será enviada para cada uma das cerca de 50 geradoras de TV do estado. Em uma conta simples, uma campanha para governador que produza 15 programas para o horário eleitoral, a um preço médio de R$ 200 por disco, gastará R$ 150 mil só para providenciar o número de cópias exigido pelo TRE.
Nesse cálculo, porém, não entram as inserções de 30 segundos, que serão distribuídas ao longo da programação das emissoras, nem os custos dos discos ópticos para os demais cargos em disputa (deputado estadual, deputado federal e senador) ou a logística de entrega. Tudo somado, o custo da decisão do TRE pode extrapolar R$ 1 milhão no caso de campanhas mais robustas.
A decisão do TRE foi criticada pela coordenação de comunicação da campanha do candidato ao Governo do Paraná, Dr. Rosinha (PT).
“É uma iniciativa antidemocrática, porque praticamente inviabiliza as campanhas de menor porte, mais enxutas, como a nossa”, diz Mário Messagi Jr.
“Fizeram uma reforma eleitoral toda pautada no discurso de diminuir as estruturas de campanha, torná-las mais baratas. A Justiça Eleitoral bate nessa tecla. E isso é louvável. O problema é que com uma decisão esqueceram essa narrativa e colocaram pelo menos R$ 500 mil na nossa conta. Não faz sentido nenhum. Ou você quer baratear as campanhas ou você não quer”.