O Paraná é o primeiro do país a regulamentar a biosseguridade em granjas com a criação de um novo guia de práticas para propriedades dedicadas à criação de suínos. A Portaria nº 265, elaborada pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento regulamenta a biosseguridade em granjas de suínos. O objetivo do documento é garantir a prevenção e o controle de doenças infecciosas na criação desses animais.
A Portaria entra em vigor em 17 de novembro, 60 dias após a data de publicação. A partir daí os produtores terão um ano para adequação das granjas de produção de suínos comerciais. A Adapar, que também será responsável pela fiscalização das propriedades, está à disposição dos produtores para esclarecimentos e orientações.
Hoje, cada empresa adota seus critérios para biosseguridade, seguindo um padrão mínimo. Com a nova proposta, o Estado vai garantir maior qualidade sanitária para os rebanhos.
A Adapar vem trabalhando nesta norma há alguns meses. “Ganhamos muita experiência com as normas de biosseguridade da avicultura, adotadas no Paraná nos últimos anos”, explica o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias. “A Portaria foi elaborada com base nas recomendações da Embrapa Suínos e Aves. Ouvimos também o setor produtivo, que ajudou a elaborar as normas após reunião do Conselho Estadual de Sanidade dos Suínos (Coesui)”, acrescenta.
NA PRÁTICA
Entre os principais pontos da normativa está a estrutura física das propriedades, que precisa ser avaliada. Cerca de isolamento, vestiários, embarcadouros e desembarcadouros, locais de armazenamento de ração e insumos, compostagem e a água fornecida aos animais são alguns dos itens regulamentados pela Adapar.
Com o fim do prazo de 12 meses para readequação, os proprietários que não tiverem efetivado as melhorias podem ser impedidos de alojar animais enquanto não respeitarem as orientações da Portaria. Entretanto, a expectativa da Adapar é que os criadores consigam adaptar as propriedades no prazo estabelecido, já que parte das granjas do Paraná já segue a maioria das exigências.
O gerente de Saúde Animal destaca que esta é uma importante cadeia produtiva e que merece maior atenção. “Estamos prevenindo a entrada de doenças de alto impacto na saúde dos suínos, como a peste suína clássica, peste suína africana e a Doença de Aujeszky, entre outras, além de contribuir para a prevenção e o controle de doenças de produção como salmoneloses”, completa Dias.
EM NÚMEROS
Segundo dados de 2017 do Departamento de Economia Rural (Deral), o Paraná é o segundo maior produtor de suínos do Brasil, com 828,2 mil toneladas/ano, representando 21,7% da produção brasileira – são 9,2 milhões de cabeças abatidas.
Atualmente, o rebanho de suínos do Paraná é o maior do Brasil, com 7,13 milhões de cabeças. Também ocupa a terceira posição no ranking brasileiro de exportação de suínos. No ano passado foram exportadas 97 mil toneladas de carne. A renda gerada para o Estado é de R$ 3,78 bilhões por ano.